Requião diz que suspensão da nomeação do irmão é “manifestação de ódio”

O governador Roberto Requião comentou nesta sexta-feira (12), em nota oficial divulgada pela Agência Estadual de Notícias, a liminar que suspendeu a nomeção de seu irmão, Eduardo Requião, para a Secretaria Estadual de Transportes. O governador enalteceu a gestão de seu irmão à frente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e disse: “Para os agentes do ódio, o único defeito de Eduardo Requião é ser meu irmão”.

Eduardo Requião foi nomeado secretário Estadual de Transportes pelo decreto 3348, no dia 2 de setembro. Logo depois, uma ação popular foi movida por José Rodrigo Sade e pelo advogado José Cid Capelo Filho. Na quinta-feira (11), o juiz substituto da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, Jederson Suzin, suspendeu o decreto. Na ação, Sade sustentou que a designação de Eduardo desrespeita a Súmula Vinculante n.º 13, do Supremo Tribunal Federal, que proíbe a prática de nepotismo no Executivo, Legislativo e Judiciário.

O governador declara que “o desempenho de Eduardo Requião torna-o indispensável no Governo do Paraná”. Ele também afirma que seu irmão é o administrador mais qualificado para o cargo. “O pedido de impugnação do ato de nomeação de Eduardo Requião nada mais é do que uma clara, indisfarçável manifestação de ódio, ao mesmo tempo em que se inscreve como mais um constrangedor episódio desse verdadeiro ‘festival de besteira’ que tem assolado o país nos últimos tempos”, prossegue o governador.

Roberto Requião conclui a nota afirmando que “Eduardo Requião não é dono de bingos, não foi preso por desvio de dinheiro público, não vendeu o Banestado, não fraudou créditos tributários da Copel, não quebrou e depois tentou vender a Copel, não privatizou a Sanepar, não colocou pedágio nas estradas públicas”.

O despacho do juiz Jederson Suzin afirma que Requião violou o princípio da moralidade administrativa estabelecido no artigo 37 da Constituição Federal ao nomear Eduardo para a secretaria. A Casa Civil informou que vai recorrer da decisão.