Requião diz que fica até o último dia

Se não der resultado o trabalho do PMDB paranaense de construir sua candidatura a presidente da República, o governador Roberto Requião fica no governo do Estado até o último dia do seu mandato, coordenando a sua sucessão. A posição do governador tem sido manifestada a seus auxiliares e interlocutores mais próximos para já deixar claro que não abre mão de ter o controle total da escolha do candidato que terá seu apoio nas eleições de 2010 ao governo.

Conforme revelou em seu programa na rádio Band News o colunista Fábio Campana, Requião pretende assumir a condução deste processo desde já para evitar que o surgimento das pré-candidaturas internas à sua cadeira possam atrapalhar o andamento do seu mandato. Por isso, não teria gostado das manifestações do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) que, em entrevista a O Estado do Paraná, admitiu que pensa em ser candidato à sucessão de Requião.

Interlocutores freqüentes do governador confirmam que ele não abre mão de ter a condução de cada etapa da passagem do poder para o seu sucessor, que ele não tem dúvidas que será do seu partido. Mas o que Requião mais teme, segundo seus confidentes, é que um descuido no processo de escolha do candidato do PMDB possa levá-lo a ter que repassar o comando do governo para um grupo político que venha a desfazer as suas realizações de oito anos.

O governador tem comentado com deputados peemedebistas que não quer que se repita em 2010 o que ocorreu em 94, quando o seu lugar foi ocupado pelo grupo político do ex-governador Jaime Lerner, que tinha uma visão ideológica e administrativa oposta à sua. Requião não se cansa de dizer, em discursos e declarações, que os oito anos do governo anterior destroçaram as conquistas do seu mandato e deterioraram as finanças do Paraná.

Cautela

Fontes próximas ao governador afirmam que ele não está encorajando candidaturas internas, deste ou daquele. Que considera precoce qualquer projeto de construção de um nome até mesmo porque tem quatro anos de mandato pela frente, suportado numa aliança com outros partidos. E estes partidos também têm seus planos para 2010 e não seria aconselhável abrir frentes de conflitos eleitorais tão cedo com os aliados.

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