Requião diz que feriado não é o “dia da sunga”

Seguindo a recomendação do governador Roberto Requião (PMDB) as repartições públicas estaduais, mesmo as com sede em Curitiba, funcionaram normalmente ontem, 8 de setembro, feriado municipal em homenagem à padroeira da capital, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

Com exceção dos funcionários da empresas estatais, como Sanepar, Copel e Cohapar, entre outras, que por força de liminar da Justiça do Trabalho, os servidores estaduais não foram dispensados do expediente de ontem, apesar de praticamente não ter havido serviço para esses servidores, que tiveram um dia de repartições vazias.

“Esse feriado não é estadual. Se pararmos na capital, acabamos parando todo o estado. O povo nos paga para trabalhar. Temos que acabar com essa folia dos feriados. Imagina se o estado parasse em cada feriado municipal nos 399 municípios?”, alegou Requião ontem, após a Escola de Governo, reunião semanal de sua equipe, que também foi mantida e ocorreu normalmente ontem. “O ponto será contado normalmente e cada repartição vai controlar a presença de seus funcionários e descontar os ausentes. Se eles pedirem dispensa para ir à missa de Nossa Senhora da Luz, terão dispensa, mas para ir à praia, não”, disse.

Poucos secretários ou dirigentes de autarquias estaduais ousaram faltar à “escolinha” de ontem, mas, mesmo assim, muitos deles ouviram reclamação do governador sobre a ausência na comemoração da independência do Brasil, na segunda-feira, 7.

“O público, mais uma vez, lotou o Centro Cívico para a celebração do Dia da Pátria. Mas a presença institucional foi fraquíssima. Apenas três dos nossos 54 deputados e pouquíssimos secretários de Estado no palanque, numa clara separação de classes. Será que essas autoridades não vão onde o povo vai?”, comentou. “O feriado de 7 de setembro, ainda mais num momento em que o país volta a brigar por sua soberania, é uma data para valorização do sentimento nacionalista, não é o dia da sunga e da caipirinha”, criticou. “Espero que os secretários e deputados que não estejam presentes hoje não estejam aqui por estarem na catedral, participando da missa da padroeira”, concluiu Requião.

Assim, o vice-governador Orlando Pessuti teve ausência justificada da “escolinha”. Ele foi visto na primeira fila da missa da padroeira, celebrada na Catedral de Curitiba pelo arcebispo metropolitano dom Moacyr José Vitti.

“Desde que vim para Curitiba, no final dos anos 1970, sempre participo da celebração em homenagem à Nossa Senhora da Luz. Hoje (ontem), não seria diferente”, disse o vice-governador. Questionado sobre se acharia justo os servidores terem de trabalhar em um dia santo, Pessuti mostrou não concordar integralmente com a determinação de Requião.

“Depende, em alguns setores, que são essenciais, os funcionários tem que trabalhar sim. Em outros não, como não vão trabalhar os que conseguiram liminar na Justiça”, afirmou.