O governador Roberto Requião (PMDB) começa hoje, oficialmente, seu projeto de conquistar mais um mandato no Palácio Iguaçu, o terceiro de sua carreira política. Requião será oficializado candidato à reeleição, na convenção que o PMDB realiza, a partir das 8 horas, no Clube Recreativo Literário do Portão, onde também serão homologadas as candidaturas à Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados.
A candidatura ao Senado e a de vice-governador, assim como as alianças partidárias, não serão definidas hoje. A convenção dará autonomia à Executiva para continuar negociando composições com o PSDB, PP e PTB. Dependendo do desfecho dessas conversas, é que serão escolhidos os ocupantes das vagas ao Senado e a vice-governador.
Se não houver acordo com outros partidos – a expectativa maior é fechar uma aliança com o PSDB – o PMDB lançará chapa pura. Como candidato a vice-governador, o nome cogitado é o do vice-governador Orlando Pessuti. Se a coligação for firmada com o PSDB, a vaga vai para o deputado estadual tucano Hermas Brandão. A candidatura ao Senado ainda é uma incógnita, em caso de aliança com os tucanos. No PSDB, o senador Alvaro Dias é candidato à reeleição. No PMDB, o candidato mais provável ao Senado é o ex-governador Paulo Pimentel, segundo informou o presidente do diretório estadual, Dobrandino da Silva.
Blefe
A possibilidade de o senador Osmar Dias confirmar sua candidatura ao governo na convenção do PDT no próximo dia 30 não mudou a avaliação que o presidente estadual do PMDB faz do quadro da sucessão estadual. Dobrandino não acredita que o senador pedetista consiga construir uma aliança consistente para levar adiante o projeto de concorrer ao governo. "Ele ficou muito tempo em cima do muro. Agora, a essa altura já está tarde para conseguir formar esta aliança. Os partidos que poderiam fechar com ele já se acomodaram", afirmou o presidente do PMDB. Mas se Osmar conseguir, Dobrandino admite que crescem as chances de haver um segundo turno nas eleições para o governo, já que serão pelo menos três concorrentes. O petista Flávio Arns e o deputado Rubens Bueno já têm candidaturas consolidadas.
Dobrandino garante que a aliança com o PSDB está alinhavada e que será arrematada na convenção dos tucanos marcada para o dia 29. "A nossa composição está fechada. Não vejo possibilidades de mudar essa situação", afirmou o dirigente estadual do PMDB. Ele informou que o acordo com os tucanos prevê também a coligação na disputa proporcional.
Na convenção de hoje, o PMDB formaliza uma chapa de pelo menos vinte candidatos a deputado federal. Para a Assembléia Legislativa, os pré-candidatos inscritos são mais de sessenta. Se houver composição com outros partidos, o PMDB terá que encurtar sua lista de candidaturas proporcionais.
Sucessão presidencial
Sem candidato à Presidência da República, a posição do PMDB no Paraná não consta das discussões programadas para a convenção de hoje. Mesmo que haja uma aliança formal com o PSDB, o PMDB deve continuar sem apoio fechado para a eleição presidencial, já que está dividido entre os simpatizantes da candidatura à reeleição do presidente Lula e a adesão à candidatura do tucano Geraldo Alckmin. O governador Roberto Requião, que poderia dar um tom único ao partido na sucessão presidencial, não deverá se posicionar, informam os peemedebistas.