Requião convida Osmar para reforçar sua campanha

O PMDB decidiu deixar tudo em aberto na convenção realizada ontem no Clube Literário e o governador Roberto Requião (PMDB) abriu mais uma possibilidade de composição, além das conversas com o PSDB, ao declarar que gostaria de ter o senador Osmar Dias (PDT) no seu palanque da reeleição. Requião disse que o senador pedetista já esteve com ele em duas campanhas e que ficaria feliz se pudessem estar juntos pela terceira vez.

O convite a Osmar foi feito durante sua intervenção na convenção, onde também pediu, e foi aprovado, que todas as candidaturas, inclusive a de governador, tivessem sua homologação adiadas para a próxima semana e que o processo fosse conduzido pela executiva estadual. Na próxima sexta-feira, dia 30, termina o prazo legal para os partidos formalizarem suas chapas às eleições de outubro.

O governador não foi específico quanto à forma de participação do PDT em sua chapa. Mas disse que gostaria de ter o senador Osmar Dias envolvido na formulação de um projeto para a agricultura paranaense. Nos bastidores, a informação é que Requião ofereceu ao PDT a indicação do candidato a vice-governador.

Requião justificou que o PMDB deve ter calma para fazer sua composição e chegar ao que chamou de "chapa ideal". Ele observou que os partidos ainda estão decidindo e que o PMDB deveria esperar por essas definições, antes de fechar suas candidaturas, até mesmo para a disputa proporcional. "Não vamos engessar o partido. Temos possibilidade de aplainar o caminho com algumas coligações. Muitos partidos nos procuraram e vamos compor com inteligência", afirmou o governador, acrescentando que as alianças podem mudar também as chapas de candidatos do PMDB à Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados.

O governador afirmou que todas as pesquisas demonstram que o PMDB tem as melhores perspectivas de vitória, mas que esse favoritismo não pode se transformar em presunção. "As perspectivas consolidadas de vitória não podem fazer com que desprezemos a possibilidade de coligações", afirmou.

Além de esperar pela definição dos possíveis aliados, Requião também preferiu retardar a homologação de sua candidatura à reeleição para continuar participando de algumas inaugurações e eventos oficiais até o final da semana. Conforme a legislação eleitoral, uma vez formalizada a candidatura à reeleição, o governador não poderia mais se manifestar em eventos oficiais. Requião disse que quer participar das inaugurações do Centro de Convenções de Curitiba, na próxima terça-feira, e da Usina do Rio Jordão, na próxima quarta-feira.

Puro sangue

O vice-governador Orlando Pessuti mencionou a possibilidade de lançamento de uma chapa pura do PMDB. No discurso que fez na convenção, Pessuti afirmou que se as alianças não forem fechadas, o partido pode reproduzir a chapa de 2002, quando ele concorreu a vice-governador e o ex-governador Paulo Pimentel ao Senado.

O ex-governador Paulo Pimentel disse, em seu discurso, que Requião tem a possibilidade de ser o único governador do Paraná a obter três mandatos no Palácio Iguaçu. Para Pimentel, o governador é "imbatível" e até mesmo seus maiores adversários políticos, como o senador Álvaro Dias (PSDB), preferiram não enfrentar o peemedebista.

Mas o ex-governador não acredita na união entre PMDB e PSDB nesta eleição. Pimentel avalia que a falta de consenso entre os tucanos quanto à conveniência da aliança com Requião pode esfacelar o PSDB. "Há dificuldades concretas para a coligação", analisou.

PMDB ainda não descartou ir com o PT

Aliocha Maurício/O Estado
Candidatura de Lula pode unir petistas e peemedebistas.

Embora alguns peemedebistas e uma ala tucana apresentem como fato consumado a aliança entre o PSDB e o PMDB em torno da candidatura à reeleição do governador Roberto Requião, há grupos nas duas siglas que ainda duvidam da realização desse acordo. Enquanto no PSDB, alguns tucanos trabalham com a expectativa ainda de uma candidatura própria ao governo, no PMDB, ainda não está sepultada a tese sobre uma aliança com o PT, podendo levar Requião a declarar apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Hoje, o PT realiza um encontro estadual para homologar a candidatura do senador Flávio Arns ao governo do Estado e da ex-diretora da Usina de Itaipu Gleisi Hoffmann ao Senado. O PL já confirmou que indicará o ex-prefeito de Guarapuava Vitor Hugo Burko como candidato ao Senado.

Mas, apesar da chapa fechada do PT, há setores no PMDB que consideram ainda possível reaproximar os dois partidos por meio de uma articulação nacional. Para isso, seria necessário convencer o PT a retirar a candidatura de Arns e de Hoffmann, uma hipótese que a maioria dos integrantes do partido diz que não existe, ainda que reconheçam que Lula poderá ter na candidatura de Requião um segundo palanque no Paraná.

No PMDB, porém, há versões indicando que Requião e Lula teriam alinhavado um acordo para que o governador do Paraná abra seu palanque ao presidente petista no estado. A posição de Requião em relação à sucessão presidencial estimula estas especulações. Apesar de todo o empenho em atrair os tucanos para uma aliança no Paraná, Requião nunca sequer admitiu que poderia subir num palanque ao lado do candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin.

Ontem, o governador reafirmou que sua decisão será baseada na análise dos projetos de governo dos dois candidatos. Já as lideranças do PMDB sustentam que Requião irá ficar neutro até o final da campanha para não afugentar eleitores do tucano e nem do petista.

O vice-governador Orlando Pessuti afirmou que a direção nacional do PMDB, ao abdicar do lançamento de um candidato à presidência da República, deixou claro que o partido não pode se vincular a nenhuma candidatura presidencial nos estados. E, que em decorrência dessa posição, o governador do Paraná ficaria longe dos palanques presidenciais.

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