Requião contesta pedido da Frente Trabalhista

O Diretório Regional do PMDB já encaminhou ao TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) a defesa do candidato ao governo e presidente do partido no Estado, senador Roberto Requião, na representação com pedido de liminar de direito de resposta contra ele movido pela coligação Frente Trabalhista e seu postulante ao governo, senador Álvaro Dias (PDT). A defesa contesta a alegada divulgação de fatos inverídicos com a intenção de influenciar o eleitorado em prejuízo da coligação trabalhista.

A assessoria jurídica do PMDB rebate a divulgação de informação inverídica à respeito de Emerson Palmieri, suplente de Toni Garcia ao Senado, ponderando que recebeu, via telefone, o comunicado de que ele integraria a coordenação da campanha trabalhista. Dirigente do PTB, Palmieri é suplente de um dos postulantes da aliança ao Senado e o candidato peemedebista observa que apenas tem procurado informar, legitimamente, o eleitorado dos riscos que o Paraná corre “com a possibilidade de as presentes eleições alçarem à iminência de ocupar a representação do Paraná no Senado alguém sobre o qual recaem as gravíssimas acusações noticiadas pela grande imprensa nacional e cuja participação nas últimas eleições municipais em Curitiba é objeto de investigação criminal provocada pelo Ministério Público Federal”.

Má companhia

A ação da Frente Trabalhista queixa-se de que a honra do senador Álvaro Dias teria sido ofendida com a divulgação do fato na imprensa estadual. A defesa do PMDB do Paraná cita a recusa de seu irmão, o também senador Osmar Dias, em aceitar a presença de Palmieri em sua chapa e questiona a alegação do ofendido: “Ofende a sua honra que se diga que o seu candidato a suplente de senador – aquele que ele tentou impor à todo custo como primeiro suplente do seu irmão Osmar Dias ao Senado-integra a coordenação de sua campanha!”

E reafirma que os riscos que corre sua imagem de administrador probo foram criados pela aliança política que fez: ?São compreensíveis as dificuldades políticas que enfrenta o representante: em seguida à homologação de coligação do seu partido com os partidos liderados pelos senhores José Carlos Martinez, Toni Garcia e José Janene pipocaram na imprensa estadual e nacional revelações altamente comprometedoras para a sua imagem política, às quais se somam agora as notícias, em nível nacional, de envolvimento do seu candidato a suplente de senador, Emersom Palmieri, em atividades criminosas durante as últimas eleições municipais”.

E acrescenta que Álvaro viveu “um dilema hamletiano e fez uma aposta político-eleitoral: mesmo sabedor -que é um homem bem informado -da ficha corrida política dos seus atuais aliados -dentre os quais o agora incômodo Emerson Palmieri, suplente do candidato a senador Toni Garcia, contra quem o Ministério Público Federal ofereceu denúncia por prática criminosa contra o sistema financeiro nacional no famoso caso do Consórcio Garibaldi -optou por contar com o aparato partidário e eleitoral de que dispunham, inclusive com o tempo de propaganda no rádio e na televisão (que fez com que, embora o seu PDT conte com menos de um minuto de propaganda eleitoral rádio-televisiva, a sua candidatura, mercê da coligação formada para sustentá-la, apresenta mais que o triplo deste tempo)”.

Se a aposta é legitima em termos políticos, o PMDB afirma que não é politicamente legitimo nem ético querer ficar com os bônus sem arcar com os ônus dessa decisão, tentando fazer da Justiça eleitoral instrumento de censura do debate político: “A crise política que se instala na sua candidatura (de Álvaro) em razão das escolhas que fez na composição da sua chapa – e que vem sendo exposta à opinião pública por um dos candidatos ao Senado, o seu próprio irmão Osmar Dias, que afirma não se sentir obrigado a fazer campanha em má companhia, tanto que recusou , sob forte pressão do representante, a presença do senhor Emerson Palmieri na sua suplência -terá que ser resolvida no chão sagrado do debate eleitoral perante o tribunal político do eleitorado paranaense”, argumenta.

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