Recesso branco esvazia sessão de homenagem a Tuma

Um plenário esvaziado por causa do recesso branco, decorrente do segundo turno das eleições, prestou as últimas homenagens ao senador Romeu Tuma (PTB-SP), que morreu no início da tarde de hoje, aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A presidente em exercício, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), encerrou a sessão mais cedo, por volta das 15 horas, em luto pelo parlamentar e designou uma comissão de senadores para representar a instituição no velório, que prossegue até amanhã na capital paulista.

Os senadores Marco Maciel (DEM-PE), Álvaro Dias (PSDB-PR), Pedro Simon (PMDB-RS), Gim Argello (PTB-DF) e Cristovam Buarque (PDT-DF) ocuparam a tribuna para homenagear o colega de parlamento. “O senador Romeu Tuma deixou aqui grandes amigos. Ele era uma personalidade de trato ameno, convivia com todos e era extremamente assíduo, frequente, nas sessões do Senado”, discursou Marco Maciel. Eles foram correligionários até 2008, quando Tuma trocou o DEM pelo PTB. (Tuma trocou de partido porque o DEM não lhe garantiu a legenda para disputar a reeleição).

O líder do PSDB em exercício, Álvaro Dias, chamou a atenção para o perfil contraditório de Romeu Tuma: “De um lado, o policial duro, apelidado de xerifão, e, de outro lado, o homem cordial, conciliador, que procurava, no Senado Federal, estabelecer um relacionamento de amizade ímpar. Tinha o respeito de todos os seus pares, exatamente por essa postura respeitosa que devotava a todos”.

Referindo-se à generosidade de Tuma, Pedro Simon lembrou-se de quando ele escoltou o então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontrava preso no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em São Paulo, para visitar a mãe no leito de morte. Simon também se dirigiu à viúva de Tuma, dona Zilda, que, segundo o peemedebista, zelava pela saúde do companheiro. “Nosso sentimento de pesar à viúva, dona Zilda, com quem ele era casado há muitos e muitos anos. Ela era uma espécie de fiscal dos medicamentos que ele tomava. Frequentemente, ela ligava para ele dizendo: “Está na hora de tomar tal ou qual remédio”, revelou Simon.

Twitter

Fora de Brasília, muitos senadores prestaram homenagens a Tuma pelo Twitter. “Tuma, homem da segurança, delegado da Polícia Federal, corregedor do Senado, jamais deixou a firmeza ofuscar a ternura. Saúdo sua memória”, escreveu o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), em seu perfil no microblog.

“Tuma era também um dos maiores especialistas em direito penal do Brasil, além de ter sido grande conhecedor da segurança pública nesse país”, escreveu no Twitter o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). “Triste com a perda do amigo, companheiro e conciliador, o senador Romeu Tuma. O Senado e o Brasil perdem uma grande figura humana”, anotou o petista Delcídio Amaral (MS).

Comitiva

Os senadores Aloizio Mercadante (PT-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP), conterrâneos de Tuma – e que se encontram em São Paulo – integram a comissão que representará o Senado no velório. Também devem viajar a São Paulo como representantes da instituição o líder do PTB, Argello, e Simon.

Segunda vice-presidente do Senado, a senadora Serys deverá representar a presidência da Casa. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não deve viajar a São Paulo, porque convalesce de uma cirurgia cardíaca a que se submeteu no Hospital Sírio-Libanês no início do mês.