O coordenador do programa da candidata à Presidência Marina Silva (PSB), Maurício Rands, criticou nesta quarta-feira o que chamou de “discurso Regina Duarte” adotado pela campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e reforçou a ideia da candidatura do PSB como uma alternativa à polarização entre PT e PSDB, numa resposta a um discurso do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República Marco Aurélio Garcia. Em palestra no Fórum Nacional, organizado no Rio pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, Garcia afirmou que “estamos confrontados com dois grandes projetos” no período eleitoral.

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Pouco depois no mesmo evento, Rands negou que os dois projetos da oposição são os mesmos e criticou a estratégia do PT na campanha eleitoral, que, segundo ele, recorre ao medo, numa referência à campanha de José Serra (PSDB) nas eleições de 2002. “Os marqueteiros não vão nortear debate”, disse Rands. Segundo o coordenador, o discurso do medo parte de simplificações e foi usado na questão da governabilidade de eventual governo Marina e na proposta de independência do Banco Central (BC), defendida no programa do PSB. “Não tem governabilidade com esse modo tradicional. O povo brasileiro não quer esse tipo de governabilidade com patrimonialismo”, afirmou Rands.

O coordenador criticou a forma como a independência do BC foi tratada na propaganda eleitoral do PT, associando a autonomia a um maior poder dos bancos privados.

“Se formos falar de simplificação do debate, o que são políticas sociais de terceira geração?”, rebateu Garcia, na saída da abertura do Fórum Nacional, após criticar a autonomia do BC, em discurso semelhante ao da propaganda. “Também não gosto de certas simplificações, de certos apelos de caráter messiânico”, completou.

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Rands também defendeu ontem a inocência do ex-candidato Eduardo Campos, que faleceu em acidente aéreo mês passado e teria sido citado, como beneficiário de propina, nos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa à Polícia Federal, na operação Lava Jato. “Não é a palavra de um criminoso que vai atingir a trajetória de um homem público que não está aqui para se defender. A vida pública de Eduardo Campos fala por ele”, afirmou.