O líder dissidente do Movimento dos Sem-Terra (MST), José Rainha Júnior, denunciou hoje a interferência de prefeitos e vereadores na escolha das famílias beneficiadas com lotes da reforma agrária no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo.

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Segundo Rainha, os critérios políticos teriam sido usados na seleção das famílias contempladas com lotes nos assentamentos São Camilo, em Presidente Venceslau, e Santa Tereza, em Euclides da Cunha Paulista, os mais novos da região. “Prevaleceram os interesses de prefeitos e vereadores da base do governo estadual, enquanto a maioria das famílias que teria direito não foi atendida”, disse.

De acordo com Rainha, as famílias que teriam sido preteridas integram vários movimentos sociais, como o MST, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST) e o Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast). Elas estariam acampadas há mais de seis anos na região.

“Foi assentada gente que nunca ficou acampada”, criticou. A denúncia é contestada pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), órgão do governo que administra os assentamentos.

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Desde que foi afastado de funções de liderança no MST, há quatro anos, Rainha passou a arrebanhar dissidentes e aliou-se a outros movimentos, passando a controlar a maioria dos acampamentos da região.

Nos últimos meses, empenhado na campanha do PT às eleições, ele mandou colocar cartazes da candidata à Presidência, Dilma Rousseff, em lugares de destaque. Em nota, a Itesp informou que não se manifestaria sobre as declarações de Rainha, “pois o conteúdo é infundado e está claramente a serviço de uma campanha eleitoral”.

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