Foto: Fábio Alexandre

Rafael Greca: comendo demais.

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O diretor-presidente da Companhia Paranaense de Habitação (Cohapar), Rafael Greca (PMDB) parece estar enfrentando um processo de desgaste interno.

Depois de a bancada de oposição denunciar a crise financeira na companhia, admitida pelos governistas, surgiram, ontem, boatos de que ele estaria gastando além da conta com almoços e jantares em diversos restaurantes de Curitiba.

Circularam ontem, na capital, cópias de solicitações de pagamentos em nome de dois funcionários da companhia bastante próximos ao secretário Rafael Greca referentes a reembolsos por despesas com alimentação. De acordo com esses documentos, a presidência da Cohapar solicitou reembolso de R$ 27.303,02 entre fevereiro de 2007 e abril deste ano.

Das cerca de 70 cópias de solicitações a que O Estado teve acesso, apenas três indicavam em sua descrição que as despesas ocorreram em refeições de negócios ou no exercício da atividade. As demais despesas, indicavam apenas o nome do restaurante onde a refeição foi realizada. Os valores da maioria delas (entre R$ 60,00 e R$ 300,00) – em restaurantes como Tatibana, Churrascaria Ervin, Ile de France e La Pasta Gialla – fazem concluir que as refeições foram feitas em poucas pessoas. Há nota até de R$ 25,00 em uma sanduicheria.

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A assessoria de imprensa da Cohapar declarou que as despesas não foram feitas exclusivamente por Greca e que todas elas ocorreram no exercício das atividades da companhia. A assessoria informou que a diretoria da Cohapar recebe quase que diariamente visitantes do interior e do governo federal e despesas com esse tipo de almoço são comuns em qualquer autarquia de estado.

Ainda de acordo com a assessoria da Cohapar, que classificou a divulgação destes documentos como ?tentativa de gerar polêmica?, o valor representa um gasto aproximado de R$ 80,00 por dia, ?o que é irrelevante em relação ao tamanho da Cohapar?. A assessoria concluiu que os R$ 27 mil não representam nem 0,01% do superávit obtido pela companhia no ano passado.

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Responsável por levar ao plenário da Assembléia a preocupação com a situação da Cohapar, o deputado Elio Rusch (DEM) disse só ter recebido informações oficiosas sobre estes gastos da companhia. ?Mas não quero entrar na questão das despesas pessoais. Estou mais preocupado com a situação das Associações de Moradores, cobradas judicialmente por compromissos não honrados pela Cohapar?, resumiu.

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