Rádios são investigadas pelo Ministério Público

O Ministério Público, a Vigilância Sanitária e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estão apurando a denúncia de que as rádios Nova Ingá e Nova AM Difusora, de Maringá, estariam veiculando ilegalmente propaganda de bebidas alcoólicas. As emissoras pertencem ao ex-deputado Benedito Cláudio Pinga Fogo e têm como sócios cotistas o deputado federal Ricardo Barros (PP) e a deputada estadual Cida Borgheti (também do PP).

No inquérito civil já instaurado sobre o caso, a Promotoria da Infância e da Adolescência apura a responsabilidade das emissoras pelo suposto desrespeito à lei federal 9.294, de 15 de julho de 96, que proíbe a propaganda (inclusive merchandising) de bebidas alcoólicas entre 6 e 21h. Segundo a denúncia, todo o noticiário esportivo das rádios Nova Ingá e Nova AM/Difusora é patrocinado pela cachaça Jamel Ouro. O uísque Gran Par e o conhaque Drumond também patrocinaram todos os jogos do Campeonato Brasileiro 2003. De acordo com a denúncia, a propaganda é feita basicamente por meio de mensagens gravadas e merchandising. Litros de uísque e cachaça fazem parte do kit de mercadorias que o programa Manhã Total, apresentado por Pinga Fogo, sorteia rotineiramente entre seus ouvintes.

Procurado por O Estado, Ricardo Barros disse que ele e Cida (sua esposa) são apenas sócios cotistas das rádios (ele é sócio da Nova Inga; Cida, da Nova AM) e não teriam qualquer responsabilidade sobre o material veiculado nas emissoras. “Não somos sócios-gerentes das rádios. Não podemos responder por isso. Tudo o que está sendo dito sobre o caso é mera suposição”, reagiu o deputado. A reportagem de O Estado não conseguiu localizar o ex-deputado Benedito Pinga Fogo ontem.

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