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“Quero ver almofadinha coxinha levando pau”, diz professora de universidade

Foto: UFPel/Divulgação
Foto: UFPel/Divulgação

Uma professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) afirmou em rede social que os estudantes que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff “serão cobrados com juros pela vida”. Em postagem no Facebook, a professora chama os alunos, que classifica como “golpistas”, de “grotescos e escrotos” e declara ter “ódio de classe”.

A docente é professora de História e coordenadora do Laboratório de Estudos Feministas da Universidade Federal de Pelotas. Em outra postagem, ela critica os estudantes do curso de História que apoiam o “golpe”. “O que mais me chateia (…) é ter entre os meus alunos do terceiro semestre de História na UFPel apoiadores do Golpe que argumentam que assim agem pela defesa da Constituição”, criticou. “Que me perdoem meus queridos míopes alunos, mas os golpistas destruíram a ordem, a paz, a constituição”, completou.

“Meu ódio é revolucionário e é ódio de classe, sim. Odeio burguês. E você, cuide-se para saber de que lado está” (…) Fascistas têm de morrer, um a um, e me inscrevo para essa missão”, continuou a docente, em nova postagem. “Quero ver almofadinha coxinha levando pau, patricinha quebrando a unha e a cara e quero arrebentar um fascista a pau”, acrescentou.

As declarações foram encaminhadas para o Ministério Público Federal (MPF). A entidade determinou que se expedissem ofícios ao Instituto de Ciências Humanas e à Reitoria da UFPel para que se manifestassem sobre o comportamento da docente. Em seguida, o MPF analisará os fatos.

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Posição

Em nota oficial, a UFPel disse que os órgãos competentes da universidade analisarão condutas que violem a liberdade de expressão e de cátedra e que “não se deixarão pautar por pressões políticas de quem quer que seja”. A instituição diz ainda que “a liberdade de cátedra é imprescindível para que a Universidade cumpra seu papel social, desde que respeitada a pluralidade de ideias”.

“A discussão de temas sensíveis, especialmente àqueles referentes à dinâmica política da nação, é não somente permitida, mas também desejável”, diz a nota.

Já a Associação dos Docentes da UFPel (ADUFPel SSind) publicou nota de apoio à professora e contra a “perseguição” a ela. “Não toleraremos nenhuma forma de perseguição política aos professores e professoras que lutam por uma sociedade mais justa! Estaremos na luta, com todas as medidas possíveis, para proteger nossos direitos”, diz a nota.

Reação

Uma petição pública pede a exoneração da professora do cargo na universidade pública por sua “ameaça a qualquer pessoa com posicionamento político diferente ao seu”. A petição diz que a comunidade pelotense “pede a imediata exoneração da funcionária pública federal, bem como, a instauração de inquérito investigativo à cerca da sua possível periculosidade para a sociedade.”

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