PTB e PFL precipitam apoio a Beto Richa

Deputados do PFL e do PTB declararam apoio à pré-candidatura do vice-prefeito de Curitiba ao governo, Beto Richa (PSDB), anteontem durante um jantar em Curitiba. Os aliados do governador Jaime Lerner (PFL) estão ignorando a posição nacional de seus partidos e a norma eleitoral que padroniza as coligações nos Estados e dão como certa a aliança com os tucanos para as eleições de outubro.

O pretexto para a manifestação de apoio foi um jantar de inauguração do escritório político de Beto Richa, na noite de terça-feira, reunindo as bancadas de PSDB, PFL, PTB e PPB. O líder da bancada do PFL na Assembléia Legislativa, Plauto Miró Guimarães, fez um discurso defendendo a aliança e a candidatura tucana. “A posição de todos os partidos é que devemos repetir a aliança da eleição anterior para o governo. Nós defendemos essa aliança. E quando cair a verticalização, o único nome que agrega todos esses partidos é o do Beto. E é consenso que a vitória só virá da união”, justificou Guimarães.

Para o deputado pefelista, o conflito nacional com os tucanos ainda vai ser contornado. “O confronto se acirra, mas política é entendimento”, afirmou Guimarães. A bancada estadual pefelista está apostando que o Supremo Tribunal Federal vai anular a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que obriga os partidos a repetirem nos Estados as coligações nacionais. E nos bastidores, também demonstram a certeza de que a candidatura da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, à presidência da República não resiste até junho, quando serão realizadas as convenções.

“Acordo branco”

Por enquanto, nenhum pefelista pró-aliança com os tucanos admite publicamente, mas a hipótese de um acordo político informal para a sucessão do governador Jaime Lerner nesta campanha eleitoral vem sendo cogitada. Seria a saída defendida sobretudo pelos deputados estaduais – que dependem de uma coligação ampla para se reelegerem – caso o PFL nacional mantenha a candidatura de Roseana e o STF legitime as regras da verticalização.

Mesmo sem validade legal, os pefelistas veriam como vantagem “colarem” numa candidatura ao governo para tentar alavancar votos para a eleição proporcional. A avaliação é que um “acordo branco” seria melhor para seus projetos eleitorais do que uma candidatura própria, sem possibilidades de ter o suporte de uma aliança forte, já que os demais aliados do PFL estariam no palanque do PSDB.

Álvaro confia em aliança

No PTB, a adesão à pré-candidatura tucana ao governo não é escancarada. Por força de um acordo nacional entre PTB, PDT e PPS, os petebistas locais estão atrelados à pré-candidatura do senador Álvaro Dias (PDT) ao governo. Mesmo assim, os participantes do jantar oferecido por Beto Richa (PSDB) registraram a presença do presidente regional do partido, Valdir Rossoni, e também dos deputados Hidekazu Takayama e Luiz Carlos Alborghetti.

Álvaro minimizou a proximidade dos petebistas com os tucanos. “A mim, todos confirmam apoio. Esses encontros sociais são propícios a demonstrações de cordialidade. O nosso entendimento com o PTB é definitivo e prefiro acreditar na palavra das pessoas”, reagiu.

Para o senador, há um esforço evidente de setores do governo em isolá-lo na disputa. “A mim, não causa estranheza a tentativa de desestabilizar minha candidatura. Eles estão empenhados em desbancar nosso favoritismo demonstrado nas pesquisas de intenções de voto”, declarou.

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