PT tenta instalar quatro CPIs contra Geraldo Alckmin

O deputado estadual Adriano Diogo informou que seu partido, o PT, iniciou na noite desta terça-feira a coleta de assinaturas para pedir a instalação de quatro comissões parlamentares de inquérito (CPIs) na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Duas comissões, segundo ele, têm como objetivo investigar supostas fraudes na licitação de lotes da Linha 5 – Lilás do Metrô e irregularidades nas obras do Rodoanel.

Outra comissão apuraria o suposto envolvimento da Alstom em irregularidades em compras de trens do Metrô e a quarta, contratos entre o governo e as empresas concessionárias das rodovias estaduais.

O parlamentar espera a coleta das 32 assinaturas necessárias para a instalação das CPIs. A bancada de oposição que tomou posse hoje é oficialmente formada por 28 deputados.

A base política do governador Geraldo Alckmin também iniciou uma corrida para coleta de assinaturas para a instalação de outras CPIs que não investigam fatos relacionados à administração estadual.

Uma delas, por exemplo, pretende apurar supostas irregularidades de empresas prestadoras de serviços de TV a cabo. Apenas a partir das 9 horas de amanhã, o governo e oposição poderão apresentar os pedidos de CPI à Mesa Diretora da Assembleia.

Ação e reação

O líder do PSDB na Assembleia, Orlando Morando, disse que a base governista não é contra a criação de CPIs, mas que não permitirá a criação dessas comissões “eleitoreiras e de cunho partidário”.

Segundo ele, a proposta de investigação sobre o Metrô e o Rodoanel surgiram no período da última campanha eleitoral e que, agora, não se justifica a abertura de uma CPI.

“Querer requentar (uma denúncia)? Não vamos aceitar. Não há hipótese de ser aberta uma CPI do Rodoanel”, afirmou. O tucano disse ainda contar com o apoio do PMDB para impedir que a oposição consiga aprovar os requerimentos. “Espero poder contar com o PMDB”, disse o líder, lembrando que recentemente o governo Geraldo Alckmin nomeou a filha do ex-governador Orestes Quércia, Andréia Quércia, para um cargo da administração paulista. “Até hoje o PMDB esteve na base aliada”, reforçou.

Já o líder do PMDB na Assembleia, Jorge Caruso, classificou a relação com a base governista de parceria e não de aliança. Mas admitiu que o partido deve seguir apoiando o governo.

“A tendência é seguir nesse caminho”, disse. No entanto, Caruso ressaltou que, assim como o PMDB vem apoiando as CPIs sugeridas pelos tucanos, poderá apoiar as CPIs propostas pela oposição. “Quaisquer outras CPIs, o PMDB vai analisar, independente da matéria e do partido”.