PT-RJ promete apoio ao senador Marcelo Crivella

Derrotado na eleição para o governo do Estado, o PT-RJ prometeu nesta segunda-feira, 6, apoio ao senador Marcelo Crivella (PRB), que disputará o segundo turno com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), mas avisou que os petistas não estarão unidos nesta aliança. Depois de se reunir com Crivella, o presidente do diretório estadual, Washington Quaquá, disse que tem maioria para aprovar resolução que formalizará a entrada do PT na campanha de Crivella. Os petistas se reúnem na quarta-feira, 8.

“Já vínhamos conversando com o PRB sobre apoio mútuo no segundo turno. O PT do Rio apoia Crivella, vamos para a rua e vamos nos incorporar à coordenação de campanha. Temos o problema de que uma minoria apoia o governador Pezão, já desde o primeiro turno, e estamos discutindo com a direção nacional como isso será tratado. Mas haverá tolerância com esse pessoal”, disse Quaquá.

Segundo o dirigente petista, o candidato petista derrotado, Lindbergh Farias, deve anunciar apoio ao candidato do PRB em breve. “Lindbergh vai fazer campanha com Crivella”, disse. Com campanha centrada em ataques à gestão de Pezão e de seu antecessor Sérgio Cabral, Lindbergh não conseguiu convencer o eleitorado e teve apenas 10% dos votos. A decisão do PT de lançar candidato próprio ao governo provocou reação do PMDB-RJ e parte dos peemedebistas retirou apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff e passou a poiar o tucano Aécio Neves, com o movimento “Aezão” (Aécio e Pezão).

Nessa terça, 7, Crivella espera receber o apoio de outro candidato derrotado, o ex-governador Anthony Garotinho (PR), que ficou fora do segundo turno por menos de um ponto porcentual. Crivella teve 20,3% dos votos e Pezão, 40,6%. A proposta de Crivella é a formação de uma “frente em defesa do Rio”. Além do PT, o candidato do PRB conversou com representantes do PSOL e da Rede Sustentabilidade.

Na tarde de hoje, Pezão conversou com Lindbergh e ouviu do petista que deverá anunciar apoio a Crivella. Apesar disso, o governador reiterou apoio à reeleição de Dilma, também aliada do candidato do PRB.

“O meu primeiro telefonema, de manhã, foi para o senador Lindbergh. Ele falou que havia uma tendência de apoiar o Crivella, dele e do presidente do partido, e eu fiz um apelo para que me ouvisse. Esse não é o pensamento majoritário dentro do PT”, declarou Pezão. O governador disse ter apoio de “dez dos 11 prefeitos do PT” no Estado. O único adversário seria o próprio Quaquá, prefeito de Maricá.

Pezão mas considerou “natural” o eventual apoio de Garotinho a Crivella. “Muitos membros do PR não vão seguir essa decisão”, afirmou. “Ainda não tive a chance de conversar com o partido, minha relação é com os prefeitos”. Pezão também passou o dia em negociações com partidos derrotados. Estava prevista para a noite de hoje uma reunião de Pezão com o vice-presidente Michel Temer (PMDB).