PT elege amanhã novo líder do partido no Senado

Senadores do PT fazem uma pausa no recesso parlamentar para se reunirem, amanhã, em Brasília, a partir das 15 horas. Na pauta do encontro, a eleição do novo líder da bancada e a disputa interna pelos cargos na Mesa Diretora e presidências de comissões no Senado. Com 15 senadores, o PT tem a segunda maior bancada do Senado, atrás apenas do PMDB, com 19 parlamentares.

O nome favorito para o cargo é o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, eleito por Pernambuco. Se confirmado na liderança, caberá a ele comandar as negociações com os líderes dos demais partidos em torno da distribuição de cargos da Mesa Diretora e nas comissões permanentes.

Está praticamente acertado que o PMDB indicará o senador José Sarney (AP) para um quarto mandato na presidência da Casa, e caberá ao PT a segunda escolha de cargo na Mesa Diretora. Mas, em vez de a Primeira Secretaria – espécie de “prefeitura” do Senado, responsável pela gestão administrativa e orçamentária da Casa, e que por isso, tende a ser a primeira escolha da segunda maior bancada -, o PT deve optar pela primeira vice-presidência.

Os petistas até hoje não digeriram a experiência de ter o tucano Marconi Perillo (GO) no comando das votações, na ausência de Sarney, já que coube ao PSDB a primeira vice-presidência nos últimos dois anos. A orientação do Planalto é que o PT reivindique o segundo posto na hierarquia da Casa, a fim de garantir as votações de interesse do governo nas eventuais ausências de Sarney. Os petistas receiam que, aos 80 anos e com uma saúde inspirando cuidados, o peemedebista se mostre mais ausente que presente no cargo.

Nesse contexto, três petistas já deflagraram a disputa interna na bancada pela primeira vice-presidência: Delcídio Amaral, senador reeleito pelo Mato Grosso do Sul, e os recém-chegados José Pimentel (PE), ex-ministro da Previdência Social, e Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo. Mas a definição desse nome deve ocorrer somente em fevereiro.

No início de dezembro, o então líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), articulou a formação de um “blocão” com o PR, PDT, PSB, PCdoB e PRB. A se consolidar essa iniciativa, o bloco liderado pelo PT contará com 29 senadores, imprimindo maior poder de fogo ao grupo para disputar cargos na Mesa Diretora e nas comissões. Em contrapartida, o PMDB também se movimentou e deve formalizar um bloco com PTB, PP, PMN e PSC. Se confirmada essa estratégia, os peemedebistas comandariam um bloco de 32 senadores, permanecendo à frente do PT.