PT e PP discutem as bases da aliança no Estado

A direção estadual do PP propôs à direção estadual do PT a indicação de um candidato ao Senado e a realização de coligação para a disputa à Câmara dos Deputados e Assembléia Legislativa. Estas foram as condições apresentadas pelo presidente estadual do PP, Ricardo Barros, para o partido se aliar ao PT nas eleições do próximo ano.

Barros e deputados estaduais e federais do PP se reuniram ontem, 29, com a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, e outras lideranças do partido. A conversa foi sobre as possibilidades de um acordo para 2010, já que o PP faz parte do grupo de partidos que apoiam o governo Lula.

No encontro, os petistas apresentaram seu projeto de juntar todos os aliados no palanque de um mesmo candidato ao governo. A direção do partido sugeriu que trabalha com a expectativa de ter o senador Osmar Dias (PDT) encabeçando a aliança ao governo do Paraná e em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República.

Barros disse que não esperava uma resposta imediata dos petistas às propostas do PP. “As reivindicações são essas e vamos ver como eles conseguem atender”, disse. Mas Gleisi e as lideranças petistas já apontaram algumas dificuldades para atender a todas as exigências do aliado.

A coligação proporcional enfrenta resistências e quanto à cessão da vaga ao Senado, uma das duas poderá estar reservada para a presidente estadual do partido, já que o presidente Lula definiu como prioridade eleger aliados ao Senado, onde seu governo se ressente de falta de apoio. Além disso, a outra vaga também tem que estar à disposição para compor com outros partidos.

“Sobre a coligação na proporcional, nós ponderamos com o PP que a densidade eleitoral dos parlamentares do PT é menor do que a deles”, relatou o deputado Elton Welter, que participou da conversa.

Só o começo

Barros acha que para uma primeira conversa, o ritmo foi bom. O presidente estadual do PP é o nome indicado pelo partido para concorrer ao Senado. Barros lembrou que se o Senado é uma prioridade para Lula, a eleição de Dilma Rousseff também é.

“Além disso, seria falta de visão considerar que só o PT vai ajudar a garantir a governabilidade. O Lula sabe que o PT precisa de um conjunto de aliados para garantir a governabilidade. O PT sozinho não dá conta”, afirmou.

Sobre a coligação proporcional, o presidente do PP disse que é preciso aguardar as próximas conversas que o PT terá com outros aliados. Entre eles o PMDB, o PR, PSC, PSB, PTB e PCdoB. O encontro com o PCdoB deverá ser marcado ainda esta semana.