PT é cabeça de chapa em Curitiba, diz Genoino

O presidente nacional do PT, José Genoino, defendeu ontem uma aliança com o PMDB em Curitiba na sucessão municipal do próximo ano, mas disse que o PT reivindica a indicação do candidato a prefeito. “Queremos fazer uma aliança com o PMDB de Curitiba. O PT é muito bem aceito na população de Curitiba. Tem em torno de 40% de aprovação da população e, com essa força, tem o direito de ter a cabeça de chapa”, afirmou o presidente do partido, que esteve pela manhã na cidade reunido com os representantes dos grupos de apoio à pré-candidatura do deputado estadual Angelo Vanhoni.

Genoino afirmou que a eleição em Curitiba é uma prioridade nacional para o PT, assim como as oito capitais que o partido já administra e as cidades que têm segundo turno nas eleições.

O presidente nacional do PT afirmou que a composição com o PMDB será resultado de um trabalho de construção “humilde, paciente e determinado” em Curitiba. “Já comuniquei ao governador Roberto Requião que nós queremos aliança com o PMDB. Não será simétrica no Estado inteiro. Tem cidade em que uma composição é natural, enquanto em outra não. A realidade local é que deve definir isso”, afirmou.

Genoino disse que volta a Curitiba antes do próximo sábado (dia 8), quando o PT se reúne para decidir se haverá ou não prévias para a escolha do candidato a prefeito. Ele retorna para conversar com a ala que defende a candidatura do deputado federal Florisvaldo “Rosinha” Fier. Ontem, o presidente do partido conversou apenas com os aliados de Vanhoni. Rosinha estava em Maringá, participando de um encontro da sua tendência, a Democracia Socialista.

Genoino disse que está empenhado em obter o consenso entre as duas alas, mas, se não houver acordo, as prévias serão realizadas normalmente. “Estamos conversando. Temos que conversar, conversar, ouvir bastante. Nada será imposto de cima para baixo. Se houver condição política, teremos consenso. Se não houver, não haverá rolo compressor. A gente vai se entender, com ou sem prévia”, disse.

O dirigente nacional do PT afirmou que não serão apenas os percentuais de intenções de voto que definirão o candidato do partido em Curitiba. Segundo Genoino, além das pesquisas, serão levados em consideração outros fatores, como o perfil do candidato, a capacidade de aglutinação e a sua aceitação junto aos partidos aliados.

A reunião entre Genoino e o grupo de Vanhoni foi a portas fechadas. Participaram da conversa, além do pré-candidato a prefeito, o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, os deputados federais Paulo Bernardo e Clair Martins, o deputado estadual Natálio Stica, os prefeitos de Londrina, Nedson Micheleti, e de Ponta Grossa, Péricles Mello, os presidentes municipal do PT, Roberto Salomão, e estadual do partido, André Vargas, o vereador André Passos, o ex-candidato ao Senado, Edésio Passos, e o secretário estadual de governo, Daniel Godoy Júnior.

Dirigente petista ironiza críticas

O presidente nacional do PT, José Genoino, ironizou ontem os ataques do PSDB e PFL ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disse que os dois partidos estão aprendendo a ser oposição ao governo e desejou “vida longa” ao PSDB e PFL nessa nova condição. “A cada ano, vou mandar um bolo de aniversário a eles, com os meus votos de que tenham vida longa na oposição, já que ficaram tanto tempo no governo”, provocou.

Genoino afirmou que o PSDB está se revezando entre uma postura “ressentida, chorona e sectária”, mas que considera natural esse comportamento em relação ao governo porque faz parte do aprendizado como oposição. “Choram porque acharam que o governo Lula não ia dar certo. Mas tudo bem. Assim como o PT, depois de tanto tempo na oposição, está se calibrando como governo, eles também estão se exercitando como oposição”, comentou.

Genoino comentou ainda as declarações do presidente Lula, que chamou de “covardes” os seus antecessores no cargo. “O presidente colocou de maneira genérica. Quem governa, age para agregar, unir. Quem está na oposição, faz o seu papel, critica”, observou. (EC)

Municípios do RJ estão entre as prioridades

Brasília

(AG) – Entre os municípios que serão prioridade para o PT nas eleições do ano que vem, oito deles ficam no Estado do Rio. Mas há uma região em que o partido acompanhará a eleição ainda mais de perto: a populosa Baixada Fluminense. Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti são estrelas ascendentes nos ideais petistas.

Outros focos de especial atenção são as eleições na capital, em Niterói – já governada pelo petista Godofredo Pinto, que assumiu depois que Jorge Roberto da Silveira deixou a prefeitura para disputar o governo do estado – em Volta Redonda e em Angra dos Reis, antigo reduto petista que trocou de mãos na última eleição. No Rio, o candidato deve ser o deputado federal Jorge Bittar.

Na tentativa de pôr um pé na Baixada, os petistas já filiaram, sob protestos de representantes da esquerda do partido, a prefeita de Magé, Narriman Zito, e prometem levar à exaustão nas tradicionais discussões internas partidárias a proposta de uma aliança com o polêmico prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito dos Santos, hoje no PDT.

“A aliança com o Zito não é fácil e ainda não está decidida, mas vai ser discutida à exaustão. Na Baixada, somos fracos e temos de reconhecer isso”, explica o secretário nacional de organização do PT, Sílvio Pereira, que coordena o grupo de trabalho de eleições do partido. “O PT já participa do governo do Zito em Caxias. Ele é um líder e tem muitos votos”, diz Pereira.

Mas se a palavra de ordem no partido é fazer aliança para conquistar os municípios mais populosos do Rio estão descartadas conversas com partidos que não apóiem o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garante Pereira.

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