Mesmo depois do vereador Gabriel Chalita filiar-se definitivamente ao PSB, em cerimônia realizada hoje em São Paulo, o PSDB municipal é evasivo sobre se entrará na Justiça Eleitoral pela vaga do ex-tucano na Câmara dos Vereadores. O presidente da sigla na Capital, José Henrique Reis Lobo, afirma que a legenda ainda não avaliou se entrará em uma contenda jurídica pela vaga de Chalita. “Essa questão não foi avaliada no âmbito (municipal) do partido”, ressaltou.

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Apesar da aparente indefinição, correligionários de Lobo asseguram que a questão já foi discutida e que o PSDB optou por não reaver a vaga do ex-tucano para evitar que o imbróglio se reverta em dividendos eleitorais para o PSB em 2010, estratégia semelhante à adotada pelo PT diante da filiação ao PV da senadora Marina Silva (AC). “O PSDB teme que o caso se transforme em publicidade para o Chalita”, afirmou à Agência Estado uma liderança da legenda.

Diante do impasse, tucanos do alto escalão haviam traçado um plano B para evitar que um embate contra o vereador mais votado em 2008 pudesse prejudicar o PSDB nas urnas. A expectativa era de que a vaga de Chalita fosse requerida na Justiça pelo primeiro suplente do PSDB no Legislativo municipal, Aníbal de Freitas Filho. O suplente tucano, contudo, rechaçou a hipótese de comprar a briga. “Apenas recorrerei pela vaga de vereador se a sigla decidir lutar por ela”, afirmou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou em 2007 que o mandato é do partido pelo qual o político foi eleito, e não do ocupante da vaga. A Corte, entretanto, abriu duas exceções: em casos de perseguição política e de mudança de diretrizes políticas da agremiação.

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No caso do PSDB decidir entrar na Justiça pela vaga de Chalita, assessores do ex-tucano já anunciaram que preparam um pedido de justa causa para corroborar sua saída do PSDB. O pessebista irá alegar que trocou de legenda por ter sido perseguido por lideranças tucanas, que refutaram alguns de seus programas para a área de Educação durante o seu primeiro ano como vereador na legislatura atual.

Chalita deixou na semana passada o PSDB lançando críticas contra as lideranças do partido no Estado de São Paulo, com destaque à gestão do governador José Serra na área da Educação. “A atual administração passa a imagem de que os professores são vagabundos”, alfinetou o pessebista. Diante dos comentários do vereador, os tucanos que até então evitavam falar sobre o episódio saíram em defesa da sigla. O secretário estadual da Educação, Paulo Renato Souza, por exemplo, afirmou que a saída do vereador soava como oportunismo político.

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