PSDB quer juntar Requião e Alckmin

Mesmo depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmar a vigência da verticalização para a eleição deste ano, os tucanos e peemedebistas interessados em uma composição na sucessão estadual não se deram por vencidos. Eles estão tentando articular um encontro entre o governador Roberto Requião (PMDB) e o pré-candidato à Presidência da República do PSDB, Geraldo Alckmin. Seria uma forma de verificar as possibilidades de juntar os dois palanques no Paraná, a partir da constatação de que, dificilmente, o PMDB nacional irá lançar um representante na sucessão presidencial.

 O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, um dos tucanos que defendem essa aproximação, disse que é preciso aguardar os desdobramentos da decisão. Brandão avalia que a consulta de domingo passado no PMDB, que indicou o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho para disputar a presidência, perdeu força com a decisão do STF. O tucano acha que, na briga entre a ala governista e o grupo que quer a candidatura própria, o resultado final será a liberação do PMDB nos estados para fazer suas alianças. "Se isto acontecer, haverá a condição de uma conversa com o governador Requião", disse.

O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, afirmou que ainda é cedo para avaliar se a decisão do STF piorou ou melhorou o quadro da sucessão estadual. Dobrandino disse que o acordo com os tucanos ficou mais difícil, já que o PSDB tem candidato à sucessão do presidente Lula (PT) e o PMDB, apesar de todas as dificuldades, deverá ter o seu representante também na disputa presidencial. "Pelo menos nós vamos lutar para ter candidato ao governo", afirmou.

Mesmo no caso de o PMDB não lançar candidato, Dobrandino não vê muitas chances de properar a aliança entre o PMDB e o PSDB no Paraná. Ele considera "pouco provável" que o governador Requião se disponha a apoiar Alckmin, a quem já chamou de "inimigo ideológico".

Já a ala do PSDB que apostou todas as fichas na coligação com o PDT para apoiar a pré-candidatura do senador Osmar Dias ao governo vai ter que continuar aguardando. Ontem, o vice-presidente estadual do partido, deputado estadual Augustinho Zucchi, afirmou que a direção estadual vai começar uma nova frente de batalha, que é convencer a direção nacional do partido a desistir de lançar candidato à Presidência da República.

Conforme o dirigente do PDT do Paraná, estão sendo feitos contatos com diretórios de outros estados que também têm candidatos próprios aos governos e que gostariam de ter liberdade de coligação para seus candidatos. "Agora, vamos ter que começar a trabalhar neste sentido e pedir uma posição do partido, se a prioridade é o candidato a presidente da República ou as eleições estaduais", comentou.

No PFL, o deputado Durval Amaral, vice-presidente estadual do partido, ainda não perdeu as esperanças de formar a frente de oposição ao governo Requião, juntando seu partido aos tucanos em torno de uma candidatura do senador Osmar Dias ao governo. "Os partidos menores, como o PDT, só têm duas saídas. Ou supera a cláusula de barreira (a regra que exige votação mínima de 3% dos partidos para a Assembléia Legislativa e Câmara Federal) ou morrem", dramatizou o pefelista.

Amaral acha que o PDT nacional vai preferir a primeira opção, abrindo mão da candidatura presidencial e proporcionando amplas possibilidades de alianças ao partido nos estados. "Se a candidatura a presidente for um fardo, é preciso abortá-la", afirmou. 

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