Uma pesquisa Ibope/RPC, a terceira pesquisa com intenções de voto para governador do Paraná prevista para esta penúltima semana antes das eleições, teve sua divulgação suspensa no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), após pedido de impugnação da coligação “Novo Paraná”, do candidato Beto Richa (PSDB), e do candidato ao governo pelo PRTB, Robinson de Paula.

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Essa era a última pesquisa registrada do TRE-PR até o momento. A coligação “Novo Paraná” já havia conseguido suspender a divulgação das pesquisas Vox Populi/TV Bandeirantes, na segunda-feira, e Datafolha/Jornal Folha de São Paulo, na quarta-feira.

A decisão do juiz auxiliar Luciano Carrasco determina aplicação de multa de R$ 200 mil caso a pesquisa Ibope/RPC seja publicada. Mesmo já tendo sendo divulgada em semanas anteriores, agora a metodologia do Ibope está sendo questionada pelo advogado da coligação de Beto, Ivan Bonilha.

“Sem indicação do fator de ponderação, não há como se ver nas pesquisas se foi preservada a representatividade da proporção do eleitorado quanto ao sexo, idade, grau de instrução, ramo de atividade e posição na ocupação, até porque não se escolhe o pesquisado”, diz a decisão liminar no TRE-PR, que levou em consideração a proximidade do pleito e os reflexos de “eventual pesquisa irregular”.

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Outra alegação para não permitir a publicação, no argumento de Robinson de Paula, é que a pesquisa não indica o candidato do PRTB em um eventual segundo turno, o que infringiria o artigo 3º da Resolução 23.190 do TSE.

Todas as pesquisas suspensas nesta semana obtiveram liminares, mas para todas falta o julgamento do mérito. As pesquisas estão agora com o Ministério Público Eleitoral (MPE), que deve devolver ao TRE nos próximos dias.

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Enquanto as pesquisas registradas no TRE são impedidas de serem divulgadas, circula um email da coligação de Beto dizendo que pesquisas internas do partido mostram que o candidato está 10% a frente do seu principal adversário. A mensagem eletrônica rendeu uma representação da coligação “A União Faz um Novo Amanhã”, de Osmar Dias (PDT), no TRE-PR.

O juiz Juan Pereira Sobreiro concedeu liminar na tarde de ontem determinando a suspensão da distribuição dos emails com a pesquisa, bem como o envio de uma retratação a todos os destinatários do email anterior, explicando que a pesquisa divulgada não tem validade por não ter sido registrada na Justiça Eleitoral. Impugnar as pesquisas, mesmo elas tendo a mesma metodologia das anteriores, a gente até compreende, é uma estratégia, dentro da lei, eles têm esse direito. Mas o que choca é que, no mesmo dia em que conseguem suspender a terceira pesquisa, eles divulgam uma pesquisa clandestina”, disse um dos coordenadores jurídicos da campanha de Osmar, Guilherme Gonçalves.

“A impugnação das pesquisas, a participação no debate de Pato Branco, descumprindo um acordo proposto por eles, e a divulgação de uma pesquisa clandestina, faz cair a máscara do bom moço”, provocou o coordenador da campanha de Osmar, Mário Pereira, que previu que, até o dia da eleição, o paranaense não tomará conhecimento de novas pesquisas. “Mesmo que a liminar caia no mérito, semana que vem, os institutos não vão querer divulgar uma pesquisa vencida. E se registrarem novas pesquisas, nossos adversários deverão impugnar novamente, já que estão impugnando todas”.