O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato, publicou um vídeo em seu Twitter nesta segunda-feira, 10, no qual ele presta “esclarecimentos à sociedade sobre os recentes ataques à força-tarefa”. Deltan se referiu aos diálogos publicados pelo site The Intercept entre ele e o ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública.

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O procurador afirma que as provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são “robustas”. “Tanto eram robustas que nove julgadores em três instâncias diferentes concordaram com a robustez das provas e condenaram o ex-presidente Lula.”

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As conversas sugerem suposta interferência direta de Moro nos rumos da Lava Jato. A Procuradoria da República, no Paraná, afirma que um hacker invadiu suas comunicações pelo aplicativo Telegram e se aproveitou de “falhas estruturais na rede de operadoras de telefonia móvel” para clonar números de celulares de seus procuradores.

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No vídeo, Deltan afirma que “a Lava Jato Curitiba sofreu um ataque gravíssimo por parte de um criminoso”.

“É muito natural, é muito normal que procuradores e advogados conversem com o juiz mesmo sem a presença da outra parte. O que se deve verificar é se nessas conversas existiu conluio ou quebra de imparcialidade”, declarou.

“A imparcialidade na Lava Jato é confirmada por muitos fatos. Centenas de pedidos feitos pelo Ministério Público foram negados pela Justiça, 54 pessoas acusadas pelo Ministério Público foram absolvidas pelo ex-juiz federal Sergio Moro. Nós recorremos centenas de vezes contra decisões judiciais, o que mostra não só que o juiz não acolheu o que Ministério Público queria, mas mostra que o Ministério Público não se submeteu ao entendimento da Justiça.”

Deltan citou o caso triplex, processo pelo qual o ex-presidente Lula cumpre pena em Curitiba há um ano por corrupção e lavagem de dinheiro. Em abril, o petista foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.

Lula já havia sido condenado pelo então juiz Sergio Moro, em julho de 2017, a 9 anos e seis meses, e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a 12 anos e 1 mês de prisão em janeiro de 2018.

O coordenador da Lava Jato declarou que o “Ministério Público só efetuou uma acusação criminal quando as provas são robustas”. O The Intercept informou que, pelo teor das conversas, Deltan teria duvidado das provas contra Lula horas antes de oferecer a denúncia.

“As provas do caso triplex embasaram a acusação porque elas eram robustas. Tanto eram robustas que nove julgadores em três instâncias diferentes concordaram com a robustez das provas e condenaram o ex-presidente Lula”, declarou Deltan no vídeo.