No Paraná, os candidatos ao governo também prometem. Tanto Beto Richa (PSDB) quanto Osmar Dias (PDT) evidenciam o tema da segurança pública, uma das principais preocupações do paranaense. Nos últimos anos, o Paraná andou na contramão do País, com altos índices de criminalidade. Beto e Osmar se comprometem a aumentar o efetivo policial. Não vai ser da noite para o dia que se poderá ver mais policiais nas ruas. É preciso abrir concurso público; fazer testes; divulgar aprovados; chamá-los para treinamento, antes que os novos policiais efetivamente comecem o trabalho.

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Beto prevê realocação de policiais hoje em outras funções, como guarda de presos e promete concurso para 2012, de policiais civis e militares, além de chamar aprovados em concurso do governo Requião e que ainda não foram convocados. Osmar estima que a duração entre abertura de concurso e formação dos novos profissionais dure 12 meses. “O aumento será gradativo. Precisamos considerar os limites legais de gastos com pessoal – Lei de Responsabilidade Fiscal e o equilíbrio entre o crescimento do contingente e os avanços salariais necessários. O governo não deseja ter uma grande massa policial com salários inadequados”, explica Osmar. A previsão de ingresso é de 1,7 mil homens/ano na PM.

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Beto Richa: aumento será gradual ou no primeiro ato?

Na área da saúde, uma das propostas polêmicas e que originou troca de farpas entre Beto e Osmar foi o projeto tucano de resgate aéreo, com helicópteros para atendimento de urgência e emergência em locais de difícil acesso, como para acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto. Segundo cálculos da equipe de campanha, o custo de um helicóptero equipado para o resgate é de R$ 6 milhões. O custo de manutenção e hora de voo, R$ 3 milhões por ano. O serviço funcionaria das 7h30 às 17h30. Em debate com profissionais da educação pública do Paraná, Beto assumiu compromisso de aumentar o salário dos professores em 26%, como primeiro ato de governo voltado à categoria. A prática não é bem assim, já que a verba total de 2011 depende de orçamento elaborado pelo atual governo e que deve ser aprovado nos últimos meses deste ano. A coordenação da campanha informou que a equiparação salarial acontecerá nos primeiros dois anos de governo.

Outro ponto em comum entre Beto e Osmar é a implantação do ensino em tempo integral, em locais com baixo índice de desenvolvimento humano. Na proposta de Beto, serão atendidos 500 estabelecimentos de ensino, o que vai representar 5% do orçamento atual da Educação. Segundo o candidato, a expansão de oferta para o ensino médio ajudará na ampliação de receita, vinda do Fundeb. Para Osmar, a educação em tempo integral estará presente em 700 escolas até o fim de 2014. “Municípios que já têm na sua rede educação em tempo integral, como Apucarana e Foz do Iguaçu, demandam para o Estado uma necessidade de escolas para o atendimento das séries finais do ensino fundamental, atribuição nossa”, diz Osmar.

E de onde vem o dinheiro para atender os compromissos?

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Algumas promessas dependem de liberação de recursos da União ou externos. Por exemplo, os dois candidatos prometem duplicar ou melhorar diversas estradas paranaenses, que ficam atreladas a recursos federais, algumas delas com construção já garantida pela União. Logo, por mais que o governo estadual tenha papel importante e pressione a liberação dos recursos, esse ponto não é bem uma realização do governo estadual. Da mesma forma, a promessa de construir terceira pista do Ae,roporto Internacional Afonso Pena. No plano de Osmar é citada a revisão de processos, cobrança geralmente associada ao Poder Judiciário. “A operação da execução penal é predominante do governo estadual. Os estabelecimentos penais são geridos pelas Secretarias da Justiça e da da Criança e do Adolescente, no caso dos menores em conflito com a lei. Se o governo estadual puder trabalhar integrado a todos os atores envolvidos no sistema de execução penal, certamente o fará”, explica Osmar.