Voto 2010

Promessas de candidatos no Paraná acabam em polêmica

No Paraná, os candidatos ao governo também prometem. Tanto Beto Richa (PSDB) quanto Osmar Dias (PDT) evidenciam o tema da segurança pública, uma das principais preocupações do paranaense. Nos últimos anos, o Paraná andou na contramão do País, com altos índices de criminalidade. Beto e Osmar se comprometem a aumentar o efetivo policial. Não vai ser da noite para o dia que se poderá ver mais policiais nas ruas. É preciso abrir concurso público; fazer testes; divulgar aprovados; chamá-los para treinamento, antes que os novos policiais efetivamente comecem o trabalho.

Beto prevê realocação de policiais hoje em outras funções, como guarda de presos e promete concurso para 2012, de policiais civis e militares, além de chamar aprovados em concurso do governo Requião e que ainda não foram convocados. Osmar estima que a duração entre abertura de concurso e formação dos novos profissionais dure 12 meses. “O aumento será gradativo. Precisamos considerar os limites legais de gastos com pessoal – Lei de Responsabilidade Fiscal e o equilíbrio entre o crescimento do contingente e os avanços salariais necessários. O governo não deseja ter uma grande massa policial com salários inadequados”, explica Osmar. A previsão de ingresso é de 1,7 mil homens/ano na PM.

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Beto Richa: aumento será gradual ou no primeiro ato?

Na área da saúde, uma das propostas polêmicas e que originou troca de farpas entre Beto e Osmar foi o projeto tucano de resgate aéreo, com helicópteros para atendimento de urgência e emergência em locais de difícil acesso, como para acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto. Segundo cálculos da equipe de campanha, o custo de um helicóptero equipado para o resgate é de R$ 6 milhões. O custo de manutenção e hora de voo, R$ 3 milhões por ano. O serviço funcionaria das 7h30 às 17h30. Em debate com profissionais da educação pública do Paraná, Beto assumiu compromisso de aumentar o salário dos professores em 26%, como primeiro ato de governo voltado à categoria. A prática não é bem assim, já que a verba total de 2011 depende de orçamento elaborado pelo atual governo e que deve ser aprovado nos últimos meses deste ano. A coordenação da campanha informou que a equiparação salarial acontecerá nos primeiros dois anos de governo.

Outro ponto em comum entre Beto e Osmar é a implantação do ensino em tempo integral, em locais com baixo índice de desenvolvimento humano. Na proposta de Beto, serão atendidos 500 estabelecimentos de ensino, o que vai representar 5% do orçamento atual da Educação. Segundo o candidato, a expansão de oferta para o ensino médio ajudará na ampliação de receita, vinda do Fundeb. Para Osmar, a educação em tempo integral estará presente em 700 escolas até o fim de 2014. “Municípios que já têm na sua rede educação em tempo integral, como Apucarana e Foz do Iguaçu, demandam para o Estado uma necessidade de escolas para o atendimento das séries finais do ensino fundamental, atribuição nossa”, diz Osmar.

E de onde vem o dinheiro para atender os compromissos?

Algumas promessas dependem de liberação de recursos da União ou externos. Por exemplo, os dois candidatos prometem duplicar ou melhorar diversas estradas paranaenses, que ficam atreladas a recursos federais, algumas delas com construção já garantida pela União. Logo, por mais que o governo estadual tenha papel importante e pressione a liberação dos recursos, esse ponto não é bem uma realização do governo estadual. Da mesma forma, a promessa de construir terceira pista do Ae,roporto Internacional Afonso Pena. No plano de Osmar é citada a revisão de processos, cobrança geralmente associada ao Poder Judiciário. “A operação da execução penal é predominante do governo estadual. Os estabelecimentos penais são geridos pelas Secretarias da Justiça e da da Criança e do Adolescente, no caso dos menores em conflito com a lei. Se o governo estadual puder trabalhar integrado a todos os atores envolvidos no sistema de execução penal, certamente o fará”, explica Osmar.