Está em tramitação na Câmara Municipal de Curitiba, um projeto de lei de autoria do vereador Jorge Bernardi (PDT) que proíbe o uso de comandas como pagamento posterior em bares, casas de show e demais ambientes fechados com grande aglomeração de pessoas.

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Pela proposta, os estabelecimentos citados substituiriam as comandas por um sistema de créditos que seria registrado em cartão magnético, com código de barras ou chip, no qual o cliente definiria um valor exato que pretende consumir no local e, caso queira, pode cadastrar mais créditos no decorrer de sua permanência.

Em caso de créditos não consumidos, o estabelecimento é obrigado a devolver a diferença. Já o cartão é retornável, o que, segundo o vereador, diminui os custos para a sua implantação.

“Este é um projeto que pretende amenizar problemas como as grandes filas enfrentadas pelos consumidores na saída dos estabelecimentos, assim como diminuir o risco de conflitos no momento do fechamento da conta, quando nem sempre o valor que é cobrado está em consonância com aquilo que o cliente acredita que gastou”.

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Bernardi citou como exemplo o caso que ocorreu em maio de 2012, quando um jovem foi agredido por seguranças dentro de uma casa noturna de Curitiba ao tentar sair do local sem pagar a comanda e, em decorrência dos ferimentos, teve uma perna amputada. “Será que uma perna vale só R$ 60,00? Tais atitudes atentam contra a dignidade e, pior, contra a integridade física dos cidadãos”.

Em caso de descumprimento da lei, os estabelecimentos podem ser penalizados com sanções que vão desde advertência até cassação de alvará de funcionamento do local, ficando a fiscalização sob responsabilidade da Prefeitura.

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Abrabar discorda

Contudo, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), Fábio Aguayo, se mostra frontalmente contra à forma como o projeto foi idealizado.

Para Aguayo esta proposta fere o direito do cliente de negociar a melhor forma como quer gastar dentro do estabelecimento e o ideal é permitir que o setor se autorregula, sem a necessidade de uma lei específica.

“O vereador está atrasado no tempo. A comanda é para que o cliente possa justamente contestar o seu consumo na hora de pagar a conta, além de individualizar o gasto de cada pessoa”.

Questionado a respeito das possíveis diferenças entre o valor real da conta e o gasto que o cliente acredita ter feito, Aguayo lembra que já existem tecnologias que resolvem este problema.

“Atualmente já existem tecnologias como a saída vip na qual, através de um smartphone, o cliente não precisa mais ficar na fila. Com uma taxa de R$ 2,00, ele pode pagar a conta pelo próprio celular”, finaliza Aguayo.