Os setores do governo mais diretamente ligados à assistência social se defrontam com o desafio de compatibilizar o atendimento às necessidades emergenciais e a moratória de noventa dias decretada pelo governador com o objetivo de reorganizar a agenda de pagamentos. Alguns efeitos já começam a ser sentidos. Um deles é o cancelamento da produção da supersopa – que era de 500 latas por dia, utilizando produtos não comercializados nas Centrais de Abastecimento S/A (Ceasa) e garantia 20 milhões de refeições distribuídas a entidades assistenciais e à população carente.

Outra é a suspensão do programa de cestas básicas que atendia, inclusive, acampamentos de sem-terras no interior do Estado. O governo anterior deixou uma dívida de R$ 800 mil com a Ceasa, cuja negociação acaba sendo afetada – e retardada – pela moratória. Usuários dos serviços públicos de saúde também se ressentem dos vazios cada vez maiores nas prateleiras das farmácias que não discriminam simples aspirinas de medicamentos de uso prolongado, dificultando a vida de diabéticos, hipertensos e transplantados

Sem contar a sombra que paira sobre o sistema penitenciário. Três empresas privadas fornecem alimentação e material (incluindo roupas e produtos de higiene), combustíveis, em alguns casos veículos, além do quadro de pessoal que administra as seis principais penitenciárias no Estado: as estaduais de Piraquara e Foz do Iguaçu, as industriais de Guarapuava e Cascavel, e as casas de detenção de Curitiba e Londrina.

A saída para o impasse pode estar na aplicação do artigo 2º do decreto governamental, que exclui da suspensão as empresas com contratos continuados. Teoricamente, o dispositivo protegeria o abastecimento dos setores responsáveis pelas questões emergenciais, evitando colapsos e qualquer outro tipo de situação crítica.

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