A presidente Dilma Rousseff aproveitou a entrega de moradias do Minha Casa Minha Vida nesta quinta-feira, 29, no Distrito Federal, para garantir a continuidade de programas sociais, apesar da situação da recessão em que se encontra a economia brasileira.

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“Enfrentamos dificuldade na economia do País. Estamos passando por um momento de dificuldade: governo federal, governadores, todo mundo”, discursou Dilma. “Quando uma família passa por dificuldade, dá uma apertada no cinto para garantir que os filhos continuem a estudar, por exemplo”, afirmou.

Nesta quinta-feira ocorrem cerimônias simultâneas de inauguração de moradias do programa em Brasília, Bragança Paulista (SP), Sorocaba (SP), Hortolôndia (SP), Nova Odessa (SP) e Canoas (RS).

Durante a cerimônia em Brasília, a presidente foi vaiada timidamente pelos presentes, na maioria beneficiários do programa, em pelo menos três momentos. No entanto, as maiores demonstrações de insatisfação foram para o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), principalmente quando tentou justificar “medidas duras” que tomou para melhorar as contas públicas do Distrito Federal.

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Dilma afirmou que governo não vai acabar com o programa de habitação popular nem com o Bolsa Família. Ela afirmou que notícias sobre o fim ou a interrupção desses programas são “boatos”. “Mas é importante saber que estamos fazendo um grande esforço para melhorar nossas finanças e voltar a crescer mais rápido”, disse.

Dilma citou a redução no número de ministérios, de cargos comissionados e do próprio salário como exemplos de como o governo está “apertando o cinto” para manter programas que são “fundamentais para a população do País”.

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O corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família no ano que vem é defendido pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator do Orçamento de 2016. Ele antecipou ao jornal O Estado de S. Paulo que cortaria “sem dó” o orçamento de R$ 28,8 bilhões do programa para compensar a frustração da arrecadação da nova CPMF, que não passou pelo Congresso.

No MCMV, o próprio governo cortou R$ 4,8 bilhões do programa em 2016 e pediu socorro ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para compensar a tesourada. O conselho curador do FGTS aprovou nesta semana investimentos de R$ 60,7 bilhões para o programa, cada vez mais dependente de recursos do fundo.

Uma das beneficiárias do programa, Daiene Xavier, de 31 anos, disse que aguardava há dez anos a casa própria. Ela vai morar com os dois filhos num apartamento de dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço.

Ela não quis responder se votou na presidente Dilma na última eleição. “Se ela pudesse se candidatar, votaria nela de novo?”, perguntou a reportagem. “Vamos mudar de assunto e continuar falando do apartamento?”, despistou.

Já Viviane Pereira da Silva comemorou a casa nova e defendeu a presidente Dilma. Ela afirmou que sentiu a alta dos preços na conta de luz e no supermercado. “Não sei de quem é a culpa, mas não é dela”, disse.