Em Curitiba, onde fica a força-tarefa da operação Lava Jato, a decisão do Supremo Tribunal Federal de soltar o ex-ministro José Dirceu (PT) foi recebida com críticas. “O que está acontecendo é a destruição lenta de uma investigação séria. Acreditam que a população não está mais atenta, talvez anestesiada pela extensão da corrupção”, afirmou o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima.

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Por 3 votos a 2, os ministros da Segunda Turma o Supremo decidiram nesta terça-feira, 3, pela libertação de Dirceu, que estava preso desde agosto de 2015 na Operação Lava Jato.

Defesa

O criminalista Roberto Podval, defensor de José Dirceu, disse acreditar que o ex-ministro da Casa Civil (Governo Lula) deve logo retornar à prisão.

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“Talvez ele volte para a prisão. Eu diria até provavelmente que ele vai voltar para a prisão e, provavelmente, num curto espaço de tempo”, declarou Podval logo após o Supremo Tribunal Federal, por três votos a dois, revogar o decreto de prisão preventiva que pesava contra o petista na Operação Lava Jato.

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“Talvez ele fique muito pouco tempo em liberdade, talvez ele volte para a prisão”, declarou o defensor, em alusão ao cerco sem tréguas que os investigadores impõem ao ex-ministro.

Podval, no entanto, fez uma ressalva. “Mais importante do que ele (Dirceu) voltar ou não para a prisão era a gente ter essa decisão que mostrou que ele não precisava estar preso.”

“Esse homem ficou injustamente preso dois anos porque como definiram que ele podia cumprir com qualquer medida que não a prisão, o que ficou claro aqui é que ele está dois anos preso sem necessidade. Para ele, mais do que tudo, vale essa resposta.”

O ex-ministro estava preso desde 3 de agosto de 2015 e, em duas ações penais, pegou 32 anos e um mês de condenação aplicada pelo juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba.

“A partir de agora, a ordem (do Supremo) vai ao juiz de primeira instância, o dr. Sérgio Moro, que vai definir quais são as medidas cautelares a serem adotadas para o caso. A partir daí é com ele”, disse Podval.