Funcionários que chegaram para trabalhar na sede da Eletronuclear, na Rua da Candelária, no centro do Rio, foram surpreendidos pela presença de dois carros da Polícia Federal que cumpriam a 16ª fase da Operação Lava Jato nesta terça-feira (28).

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De acordo com testemunhas, as equipes da PF chegaram por volta de 5h da manhã e vasculham documentos e computadores nos andares onde funcionam os setores financeiro, comercial, de informática e a presidência da companhia.

As suspeitas corrupção na empresa surgiram em abril deste ano, quando o então presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi mencionado na delação premiada do ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini. Ele teria recebido propinas pelas obras da usina nuclear Angra 3, segundo o depoimento de Avancini.

Pinheiro da Silva foi preso temporariamente nesta terça-feira em casa, em Niterói. No fim de abril, em meio às denúncias, o executivo pediu licença do cargo, ocupado desde então pelo presidente interino Pedro Figueiredo. A outra prisão desta fase foi a do presidente global da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra.

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Impedidos de entrar nos locais onde os policiais realizavam buscas, muitos funcionários da Eletronuclear esperavam na porta do imóvel por volta de 9h30 sem saber a que horas poderiam entrar. Com isso, as piadas eram recorrentes. “Chegaram para te prender”, dizia um funcionário a um dos colegas.

Entre eles, no entanto, o clima também era de revolta. “Trinta e cinco anos construindo isso (a Eletronuclear) para esses caras desencaminharem”, comentou um homem. “O sentimento é de tristeza. Estamos revoltados”, desabafou outro funcionário.

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