| Foto: Arquivo/O Estado |
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| Lula com Itamar nos bons tempos: abraços, sorrisos e apoios mútuos. |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com ironia os ataques recebidos pelo ex-presidente Itamar Franco, 76 anos, que disse que optou ?pela ética? ao apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin para o Planalto.
?Quando as pessoas chegam acima de 75 anos, elas têm de ter, no mínimo, liberdade de fazer suas opções e não sou eu que vou fazer julgamento. Só desejo ao presidente Itamar acerto nas suas decisões?, declarou Lula, em Lima, onde assistiu a posse do novo presidente do Peru, Alan Garcia. E usou mais de uma de suas metáforas futebolísticas para falar de política: ?o Brasil é um país livre, em que 180 milhões de brasileiros podem torcer para o Corinthians ou o Palmeiras, para o Flamengo ou para o Vasco sem que isso seja ofensivo a qualquer pessoa?.
As declarações de Itamar, que, na véspera, ao anunciar apoio ao tucano Geraldo Alckmin, afirmou que Lula era arrogante, preocuparam o governo que não pretende partir para o confronto com o ex-presidente. O governador do Acre, Jorge Vianna, deu o tom da postura conciliadora que o Planalto vai adotar neste caso para evitar fazer ataques a Itamar, optando pela tentativa de reaproximação. ?Lamento o que houve porque o ex-presidente Itamar tem mais afinidade com nosso projeto de Brasil do que com o projeto de Alckmin?, declarou Vianna, que entende que a posição de Itamar não é decisiva. ?A gente tem de estar sempre de portas abertas para ele?, afirmou o governador petista, tentando amenizar o problema. ?Ele já foi e voltou várias vezes? lembrou.
Questionado se entendia que poderia ainda reverter este apoio a Alckmin, Jorge Viana disse: ?não digo que isso possa se reverter. Mas não podemos entregar os pontos?. Lula preferiu não classificar como perda política o apoio de Itamar a Alckmin. ?Ele não tinha porque me apoiar se não o procurei?, comentou o presidente, que evitou comentar se não seria mais natural o apoio à sua candidatura, já que ele foi seu embaixador na Itália. ?Ele foi embaixador do Brasil. Não foi embaixador meu e quando estava lá cumpriu suas funções?, observou. ?Mas temos ainda dois meses de campanha. Vamos ver e levar o barco à frente?.
Para defender a necessidade de Itamar ficar ao lado de Lula, o governador do Acre lembrou que o ex-presidente ?sempre foi um ferrenho combatente do que esse sentimento meio paulista representa?. Para Vianna, mais uma vez o partido está sendo atacado pelo fogo amigo. ?Para variar, estamos diante de uma situação que não ajuda a gente. Mas acho que isso não é decisivo?, disse, passando a elogiar Itamar.
?O ex-presidente (Itamar Franco) é uma pessoa importante seja para dar opiniões, seja para estar junto da gente. Tenho uma admiração muito grande por ele e acho que o Brasil que nós defendemos tem de ter o presidente Itamar junto, seja agora, seja na hora do governo?, declarou Vianna, acentuando que a ação de Itamar é inteiramente incompatível com a do governador Alckmin. ?Isto não dá jogo?.