As declarações do candidato à reeleição para deputado estadual Antonio Belinati (PP) sobre a tentativa de extorsão que ele teria sofrido em nome da desembargadora presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Regina Afonso Portes, provocaram reações do Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (Iprade), que agrega estudiosos do direito eleitoral, como advogados, juristas, professores e cientistas políticos.

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O presidente do órgão, Luiz Fernando Pereira, assinou nota em que repudia o que caracterizou como “levianas acusações do deputado estadual Antonio Belinati”. No documento, Pereira compara a trajetória da desembargadora com a do deputado.

“Contra a desembargadora Regina nunca houve qualquer denúncia que colocasse em dúvida a probidade ou a moralidade no exercício do mandato em quase duas décadas de magistratura. Reconhecidamente preparada, tem uma carreira intocável. Avaliação inversa apresenta o currículo de Belinati”, declara o presidente do Iprade.

Daniel Caron
Regina Portes: ainda em silêncio.

Outro fato levantado pelo Iprade foi o momento em que Belinati resolveu voltar a tocar no assunto, um dia depois de seu pedido de candidatura ter sido negado pelo TRE, por causa da aplicação da lei da Ficha Limpa.

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“Não pode ser deixado de lado o fato de o deputado ter mencionado a denúncia no momento em que seu registro (uma vez mais) é indeferido por unanimidade pelo TRE presidido por Regina Portes”, diz trecho do documento.

Pelo entendimento do tribunal, o candidato ficou inelegível por improbidade administrativa e por possuir duas condenações em órgãos colegiados. “O Iprade preza pela ética e pela imparcialidade do TRE-PR, é claro. As denúncias devem ser todas apuradas. Mas que isso não sirva para referendar leviandades lançadas por fonte indubitavelmente suspeita (em todos os sentidos que a expressão comporta)”, finaliza Pereira na nota.

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De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), as denúncias de Belinati foram investigadas e posteriormente arquivadas por falta de provas. Enquanto o Iprade se manifestou contra a denúncia de Belinati, a presidente do TRE-PR prefere o silêncio.

Até o momento, ela não emitiu opinião pública sobre as acusações de Belinati. Na última quarta-feira, Belinati contou ter sido vítima de tentativa de extorsão em 2007 vinda de uma pessoa que se dizia porta-voz da desembargadora Regina.

Segundo o candidato, esta pessoa quis lhe vender uma sentença favorável em um processo que ele respondia, pelo valor de R$ 300 mil. Belinati disse que achou estranho o comportamento da desembargadora de não levar adiante as investigações para saber quem seria a pessoa que estaria falando em nome dela.