Na sessão realizada anteontem pela Câmara Municipal de Santa Amélia (no norte do Paraná), os nove vereadores decidiram, por unanimidade, cassar o prefeito Valdemar Pagliaci (PSDB), que já estava afastado do cargo desde 4 de agosto. Segundo o vereador Vanderlei Diniz da Luz (PDT), presidente da comissão processante, o prefeito foi investigado em seis denúncias, e não se defendeu de nenhuma delas. Desde 6 de agosto o vice-prefeito, Roderjan Luiz Inforzato (PFL) responde pela administração.
“Ele contratou quatro parentes, que acumulavam cargos e tinham horários incompatíveis. Além disso, o prefeito é acusado de usar a maquinária da Prefeitura e funcionários para obras particulares; publicação de licitações em jornal não-oficial; não repasse de verbas para a Câmara; publicação de lei em jornal não-oficial e por não responder aos pedidos de informação feitos pela Casa”, disse Luz.
O Ministério Público já investigava a denúncia de que a mulher, a nora e duas cunhadas do prefeito tinham cargos de confiança com jornada de trabalho incompatível com outros empregos. Elas trabalhavam em escolas da Prefeitura e do Estado. “Não havia como elas desempenharem as funções ao mesmo tempo”, afirmou o vereador.
“O prefeito foi chamado para depor, mas não compareceu em nenhuma sessão, nem seu advogado, o Carlos de Andrade Viana. Durante todo o processo de investigação ouvimos quatorze testemunhas e temos provas documentais. Ele não contestou nenhuma denúncia, só obstruiu nosso trabalho.”
O advogado entrou com um mandado de segurança em Bandeirantes, para suspender a sessão, mas não conseguiu liminar. “Agora ele entrou com um agravo na 4.ª turma do Tribunal de Justiça, em Curitiba, e o desembargador José Vanderlei Resende concedeu liminar.