Pré-candidatos reagem à proposta de criar frente

A proposta de reunir desde já o PMDB, PT e demais aliados em uma frente para lançar uma candidatura única à prefeitura de Curitiba no próximo ano provocou reações distintas entre pré-candidatos e lideranças dos dois partidos.

O deputado federal Gustavo Fruet, presidente estadual do PMDB, considerou “equivocado” o foco do movimento, lançado ontem pelo deputado estadual Nereu Moura (PMDB), que pretende incorporar o PL, PPS, PTB, PCdoB, PSL e também o PDT na frente. Já o deputado estadual Angelo Vanhoni (PT) disse que proporcionar o debate sobre a unidade dos partidos no primeiro turno já é interessante, independente de o palanque único se confirmar ou não no próximo ano.

Para Fruet, não se trata de descartar a coligação no próximo ano, mas a tese está muito adiantada no tempo. “Não podemos paralisar as atividades do partido ou a busca de uma candidatura em razão disso. O foco disso tudo está equivocado. O grande erro é agirmos como se as eleições fossem agora. Falta um ano ainda”, afirmou Fruet, que se empenha para resistir ao avanço da corrente que tenta forçar o apoio do partido ao PT na sucessão municipal do próximo ano.

O deputado peemedebista avalia que o seu partido deveria estar trabalhando na elaboração de um programa de governo e conclui que eleições em dois turnos permitem adiar acordos eleitorais. Para Gustavo, há também um erro de avaliação sobre os perigos de a oposição a Cassio Taniguchi (PFL) não firmar desde já um pacto de união. Gustavo acha que estão superestimando o potencial do grupo, que já nem existe mais na sua composição original. “O quadro atual é muito diferente”, disse o peemedebista, acrescentando que, em 2000, somente houve segundo turno porque os partidos tiveram coragem para lançar seus candidatos próprios. “Caso contrário, teriam sido vencidos no primeiro turno”, afirmou.

Tese antiga

Vanhoni disse que não conseguiu detalhes da proposta da frente com o deputado Nereu Moura, mas observa que setores do PMDB e PT já vinham defendendo a idéia de aglutinar forças em torno de uma candidatura única. Para Vanhoni, o movimento vem num bom momento, já que os partidos começam a se articular para a sucessão municipal. “Estamos vendo uma pulverização de candidaturas. A idéia da união já é importante para abrir o debate. Se isto será possível ou não é outra discussão”, comentou.

Ao contrário de Fruet, o deputado petista acha que a existência do segundo turno das eleições não pode ser visto como uma camisa-de-força para que cada partido lance uma candidatura a prefeito. “O importante é construir a possibilidade de ganhar as eleições”, comentou.

Discordância

Irritado com as declarações do deputado Nereu Moura, que defende a aliança entre as oposições já no primeiro turno, o vereador Paulo Salamuni, líder do PMDB na Câmara Municipal, divulgou a lista com os nomes dos filiados que querem a candidatura própria. Assinam a lista o presidente da Copel, Paulo Pimentel; o presidente estadual do partido, deputado federal Gustavo Fruet; os secretários de Administração e Previdência, Reinhold Stephanes; do Planejamento e Orçamento, Eleonora Fruet; da Cultura, Vera Mussi; de Relações com a Comunidade, Nilton Buabssi; da Fazenda, Heron Arzua; de Esporte e Turismo, Cláudio Rorato; o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda; o coordenador do Procon, Algaci Túlio; o ouvidor-geral da Polícia Civil, Luiz Bordenowski; o presidente da Suderhsa, Darcy Deitos; o diretor do Detran, Marcelo Almeida; os vereadores Reinhold Stephanes Júnior e Luiz Felipe Braga Cortes; os deputados estaduais Rafael Greca, Ademir Bier e Dobrandino da Silva; o deputado federal Moacir Michelleto; o prefeito de Foz do Iguaçu, Sâmis da Silva, entre outros.

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