PPS entrará com representação contra Lula no TSE

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, entrará amanhã com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, Freire pede providências da Justiça Eleitoral ao que ele avalia como uma tentativa de Lula de transformar eventos oficiais em palanque para a sua candidata ao Palácio do Planalto em 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Até quando o presidente vai insistir em desrespeitar a lei?”, questionou Freire, alfinetando: “Isso é um escárnio, um total deboche.”

O TSE define como campanha antecipada propaganda eleitoral divulgada de forma dissimulada em período anterior ao pleito. Para embasar a denúncia, Freire anexará à representação matérias jornalísticas, fotografias e pesquisas de opinião que, no seu entender, revelam o desrespeito do presidente ao código eleitoral. “As declarações de Lula a programas de rádio e de televisão mostram que Lula já está na corrida à sucessão ao (Palácio do) Planalto há bastante tempo”, alfinetou.

O presidente do PPS ainda pede ao TSE, na representação, que Lula arque com uma multa, de valor não sugerido, para ressarcir o erário por eventos oficiais cujo objetivo único tenha sido fortalecer a virtual candidatura de Dilma. “Espera-se que o TSE peça indenização por gastos com estes eventos e que imponha uma multa contra o senhor Lula, que como presidente teria que dar o exemplo de ser o principal observador e cumpridor das leis”, apregoou.

Em entrevista concedida à Agência Estado, Freire ressaltou que a representação foi motivada pelo “inconsequente e debochado” discurso feito por Lula em cerimônia realizada pelo governo federal em Fortaleza no dia 10 de setembro. Em palanque, o petista afirmou que em 2010 “o bicho vai pegar” e que ele terá de “trabalhar com muito carinho” devido às restrições impostas pela Justiça Eleitoral.

O presidente ainda ressaltou que não poderia citar nomes de candidatos governistas à presidência “porque senão a televisão grava e a Justiça Eleitoral pega”. “Lula chegou agora ao cúmulo de debochar da própria Justiça brasileira”, acusou Freire.