A três meses do prazo final de filiações para concorrer às eleições municipais do próximo ano, que vence em 30 de setembro de acordo com o calendário da Justiça Eleitoral, o chefe da Casa Civil, Caito Quintana, tem feito um verdadeiro “arrastão” partidário pelo interior do Estado. Todos os finais de semana, na condição de vice-presidente estadual do PMDB, Quintana e o presidente do partido, deputado federal Gustavo Fruet, promovem reuniões nos municípios, para abonar fichas de filiação de potenciais candidatos a vereador e a prefeito para o ano que vem.
A palavra de ordem no partido tem sido “o momento agora é de crescer”. Afastado do governo do Estado há mais de uma década, o PMDB está aproveitando a volta ao poder para recuperar o terreno perdido para outros partidos. Para Quintana, trata-se do “momento de reencontro do partido”, que consiste em resgatar prefeitos, vereadores e outras lideranças que se afastaram na década de 90. “O que estamos fazendo é reaproximar ex-companheiros que deixaram o partido nos últimos anos. Na semana passada, nós filiamos o prefeito de Mandaguari, Ari Stroher, um companheiro muito antigo que agora está voltando”, afirmou. Stroher passou o governo de Jaime Lerner filiado ao PFL.
Sobre os critérios que têm orientado as novas filiações, Quintana menciona que a abertura é grande, mas algumas restrições existem. “Estamos bem abertos, mas não é verdade que não tenhamos critérios. Primeiro que estamos verificando se as novas filiações não trazem atritos nas bases do PMDB nos municípios e segundo, que só estamos trazendo gente que tem o mínimo de identificação com o partido”, comentou.
Esta tem sido a resposta da cúpula do PMDB às críticas internas, feitas sobretudo em Curitiba, onde algumas filiações como a do deputado estadual Rafael Greca, ainda não foram bem digeridas pelos setores históricos do PMDB. Algumas filiações como a do deputado estadual Cleiton Quielse, um ex-peemedebista que aderiu ao governo de Jaime Lerner, tiveram que ser “congeladas” por pressão dos deputados estaduais.
Momento Especial
As eleições municipais do próximo ano são classificadas como “momento especial” para o PMDB. Além de reconquistar prefeituras, o PMDB espera construir uma base sólida para as eleições ao governo em 2006. Quintana ameniza e diz que o objetivo é dar suporte à atual gestão do governador Roberto Requião. “Nós queremos formar uma base municipal forte em 2004 para que seja nossa base de sustentação do governo. É claro que nesse processo ocorre a consolidação do partido também para as próximas eleições”, afirmou.
Quintana justifica ainda que a expansão do PMDB não está diretamente ligada ao fato de o partido estar no governo. “Em todo o país, estamos vivendo um processo de reestruturação partidária. Depois de uma eleição, sempre vem uma fase de acomodação. É nesse contexto mas estamos trabalhando”, afirmou.