A Comissão Executiva do diretório regional do PMDB distribuiu nota ontem repudiando a apreensão do jornal Hora H, a pedido da assessoria jurídica do candidato ao governo Álvaro Dias (PDT), que se julgou ofendido em reportagem que transcreve trechos do depoimento do ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi ao Ministério Público.O depoimento é uma das peças do inquérito sobre desvio de verbas públicas da administração de Maringá.
Para a executiva peemedebista, a iniciativa restaura no Paraná a censura prévia, ” dos períodos negros da ditadura militar e contraria os principios partidários do próprio PDT, novo abrigo partidário de Álvaro Dias. Além disso”, destaca a nota, ” é um atentado ao Estado de Direito, tão bravamente defendido pelo presidente nacional do PDT, Leonel Brizola”.
Do conhecimento público
A executiva peemedebista observa que os fatos revelados pelo jornal em sua edição 344 ” são públicos e integram o processo judicial instaurado pelo Ministério Público e que culminou com a prisão do ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi, colaborador antigo de Álvaro Dias, além da indisponibilidade dos bens do ex-prefeito de maringá, Jairo Gianotto”.
“Alegar que os fatos podem causar danos irreparáveis a sua candidatura com a matéria veiculada é tentar encobrir a verdade dos fatos”, prossegue a nota. ” No caso específico, o jornal Hora H reproduz fielmente os depoimentos do ex-secretário Luiz Antônio Pailicchi ao juiz federal Anderson Furlan Freire da Silva, da Comarca de Maringá”.
E conclui: ” A solicitação de Àlvaro Dias atenta contra a liberdade de imprensa, que nos casos de jornais constituídos, como é o caso do Hora H, o procedimento correto é o direito de resposta. Negar a um veículo de comunicação o seu elementar direito de transmitir os fatos, de acordo com sua linha editorial, é amordaçar a democracia num ato de censura prévia, o que não é permitido pela Constituição Federal.”