Negociações

PMDB quer primeira secretaria na AL

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, formalizou ontem o convite para o PMDB ocupar uma secretaria no governo de Beto Richa, mas sobreveio um impasse nas negociações.

O presidente do PMDB e líder da bancada do partido na Assembleia Legislativa, Waldyr Pugliesi, já respondeu ao tucano que as negociações para compor o governo não prosseguirão se Rossoni não garantir para um peemedebista a 1ª secretaria na sua chapa para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Candidato a presidente da Assembleia, o tucano, que tende a ser candidato único ao cargo, teria que desalojar o DEM para atender ao PMDB. Rossoni disse que o PMDB demorou para responder ao convite inicial para a 1ª secretaria e que procurou articular uma chapa de oposição a ele.

“Quando o PMDB foi procurar os partidos para compor uma chapa de oposição, eu assumiu outros compromissos com outros partidos. Agora, a 1ª secretaria não é mais viável”, descartou o tucano, que tem a oferecer ao PMDB posições mais modestas na chapa: a 3ª secretaria ou a 3ª vice-presidência.

Rossoni acha que a participação no governo e a composição da Mesa não deveriam ser tratadas na mesma negociação. “Cada questão é diferente”, afirmou.

Mas Pugliesi deixou claro que, para o PMDB, o convite para participar do governo e a eleição da nova Mesa estão no mesmo compartimento. “A posição que dei ao Rossoni é que só estaremos na Mesa se for na 1ª secretaria. E sem a 1ª secretaria, nada feito com o governo”, disse o presidente estadual do PMDB.

Segundo Pugliesi, o partido vai voltar a pensar na possibilidade de montar uma chapa de oposição a Rossoni. “A tendência, no momento, é essa. A eleição se dará em fevereiro de 2011 e, na política, as coisas podem parecer, mas nem sempre são definitivas”, disse.

Internamente, os peemedebistas estão em guerra. Mesmo no grupo que apoiou Beto Richa na campanha, há atritos. Luiz Claudio Romanelli e Reinhold Stephanes Junior queriam ser 1º secretários.

Romanelli era o preferido de Rossoni. Como a 1ª secretaria foi para o DEM, Romanelli é cotado agora para ir para o governo, com o aval de Rossoni. Nos bastidores, a versão é que o nome preferencial do governador eleito não era Romanelli.

Era Stephanes Junior, que reivindicou a Secretaria do Planejamento ou de Esportes. Mas a proposta não teria sido aceita. Rossoni teria atuado para que fosse oferecida a Secretaria do Trabalho e Ação Social para Romanelli. Mas a outra ala reagiu e o acordo está suspenso.

O líder do atual governo na Assembleia Legislativa, Caito Quintana, disse que o partido precisa adotar uma postura única sobre o convite de aliança com os tucanos.

“Por enquanto, estamos em processo de conversação interna. Fora disso, são conversas isoladas e posição pessoal, que não são do partido nem da bancada”, afirmou.