PMDB pede mais conversa entre Planalto e aliados

O vice-líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), defendeu na tarde de hoje a aliança do partido com o PT, mas fez um apelo para que haja “mais conversa” entre o governo e os aliados. “O PMDB é governo, continua sendo governo. Mas tem que conversar mais”, declarou na saída de um almoço que reuniu os líderes da base aliada na Câmara com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio.

Na presença de Sérgio, Cunha destacou que o PMDB está satisfeito com a articulação política do Planalto e rechaçou as críticas ao ministro. O peemedebista enfatizou que o partido não pleiteia mudanças nessa área, apenas que haja mais diálogo. “O PMDB está satisfeito com a articulação liderada pelo Luiz Sérgio e pelo (Cândido) Vaccarezza na Câmara. Mas tem que conversar mais. Isso não significa trocar as pessoas com quem vamos conversar mais”, ressaltou.

Diante de Luiz Sérgio e Vaccarezza, Cunha também minimizou a crise entre os dois partidos deflagrada pela votação do Código Florestal. Num dos momentos de maior tensão, o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, telefonou para o vice-presidente Michel Temer ameaçando demitir os ministros indicados pelo PMDB.

“Não há sequela, isso está superado”, minimizou. Entretanto, Cunha observou que o governo entrou tarde na discussão do Código Florestal. Quando seus articuladores políticos tentaram evitar a aprovação da emenda sobre a anistia aos desmatadores, apoiada pelo PMDB, não havia mais tempo regimental para mudanças no texto. “O timing foi errado”, definiu, reafirmando a necessidade de haver mais diálogo com o Planalto.

Num tom conciliador, Luiz Sérgio admitiu que haja aprimoramento da relação com o Congresso. “Não existe nada que não possa ser debatido nas relações políticas. As articulações políticas podem ser aperfeiçoadas”, declarou. Ele acrescentou que prefere avaliar pelo lado positivo, de que “ao querer o melhor entrosamento, o PMDB está querendo aquilo que é o melhor também para o governo”.

Luiz Sérgio evitou comentar os rumores de sua eventual saída do cargo. Sobre mudanças na equipe da articulação política, ele se limitou a afirmar que o time que está em campo foi convidado “e a última palavra será da presidenta Dilma Rousseff”.