A eleição para o diretório estadual do PMDB tende a ser mais tranqüila do que a municipal, realizada há cerca de um mês, mas isso não deverá livrar o partido de uma disputa intena.

Isto porque dois nomes estão sendo cotados para assumir a presidência: os deputados estaduais Dobrandino Silva e Nereu Moura. Ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Dobrandino tem o apoio do grupo ligado ao atual presidente do diretório regional, deputado federal Gustavo Fruet. Moura possui o aval do bloco aliado ao presidente do diretório municipal, Doático dos Santos.

Segundo o vereador Paulo Salamuni, líder do partido na Câmara de Curitiba, o nome de Dobrandino da Silva conta inclusive com o aval do governador Roberto Requião. A convenção está marcada para 14 de dezembro. Salamuni esteve com Dobrandino anteontem e afirmou que a bancada – composta por cinco vereadores – apóia integralmente a sua indicação.

“Na quinta-feira, fizemos uma reunião e como o Gustavo Fruet (atual presidente) não é candidato, decidimos apoiar o Dobrandino. Ele tem o aval da bancada, do Gustavo e a vontade da base é sua candidatura, pela postura que ele tem e pelo trabalho que realizou em Foz do Iguaçu”, disse. Participaram da reunião, além de Salamuni e Fruet, os vereadores Celso Torquato, Márcia Schier, Luiz Felipe Braga Cortes, Reinhold Stephanes Júnior e o vereador licenciado Marcelo Almeida, diretor-geral do Detran. “Vim como porta- voz do grupo para hipotecar o apoio para o Dobrandino coordenar o PMDB nas eleições do próximo ano”.

Candidatura

Segundo Salamuni, a tese da candidatura própria ainda não está descartada. “Em todo o interior, venceu a candidatura própria, e isso ainda pode acontecer na capital. Por isso, o Gustavo vai deixar a presidência do partido, para poder cuidar de Curitiba e se firmar como candidato.”

Membro da executiva, Dobrandino já foi vereador e prefeito de Foz do Iguaçu por duas vezes. “Fui convidado no início do ano pelo Requião, e agora recebi o convite do Gustavo Fruet. Além disso os deputados também querem que eu assuma o partido”, contou. “Não vou ser presidente por vaidade. O que eu quero é fortalecer o PMDB, fazendo um trabalho próximo ao que foi feito em Foz. Lá o partido é forte, unido e não tem alas.”

Para ele, Curitiba deveria ter candidato próprio à prefeitura, mas essa discussão só deve acontecer no próximo ano. “Minha intenção é a candidatura própria, mas sou contra a definição das regras agora. Isso só deve ser discutido na convenção. No ano que vem iremos conversar sobre isso, mas não só com o PT. Dizer que iremos apoiar um candidato de outra sigla agora mata o nosso partido. Sou contra o atropelamento”, afirmou. “Vamos conversar em alto nível e não podemos deixar questões pessoais serem maiores que o partido.”

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