Sucessão

PMDB e PDT rebatem críticas de Gleisi

Os presidentes estaduais de PMDB e PDT comentaram, ontem, as declarações da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que, em entrevista a O Estado, publicada no último domingo, classificou como lamentáveis as conversas que os partidos mantinham com o PSDB e cobrou coerência das legendas.

Enquanto Augustinho Zucchi (PDT) disse que é natural o PDT conversar com as duas legendas, apesar de das posições tão antagônicas de PT e PSDB, Waldyr Pugliesi (PMDB) lembrou que o PT também mantém diálogo com “gente que não tem afinidade ideológica”.

O presidente do PDT, deputado Augustinho Zucchi, disse não haver incoerência alguma nas conversas com o PSDB, uma vez que os partidos, no Paraná, já estiveram juntos em algumas campanhas desde 2004.

“Tivemos caminhando juntos com o PSDB em alianças formais. Então, não é nada estranho o fato de mantermos essa conversa. Vale lembrar que o PT do Paraná também já esteve contra nós, nas eleições de 2006.”

Ao mesmo tempo, por fazer parte do governo Lula, Zucchi acredita que é possível, o entendimento com o PT também no Paraná. “Estamos no momento adequado das conversas e o PDT só tem definido que Osmar Dias será candidato. Temos essas duas possibilidades de caminho: com o PT, respeitando a aliança nacional, ou com o PSDB, pelo caminho já percorrido juntos até aqui.”

Waldyr Pugliesi, presidente estadual do PMDB, devolveu a cobrança ao PT, “dentro do PT também tem gente que conversa com muitos que não têm nada a ver com o próprio PT. Eles querem dar suporte à candidatura da ministra Dilma (Rousseff PT, pré-candidata à presidência) e estão conversando com todo mundo”, disse, sem citar diretamente o nome do senador Osmar Dias.

O PMDB não aceita aliança com PT e PDT para apoiar a candidatura de Osmar. “O PDT até tem a ver com o PMDB. Majoritariamente, temos um pensamento que se afina. Temos identidade com o Brizola, com a defesa da Petrobras, do Banco do Brasil. No Paraná, temos que defender a Copel, por exemplo. Mas tem gente dentro dessa aliança que não tem nada a ver com esse pensamento”, declarou.

Pugliesi reconheceu que há correntes dentro do partido que defendem aliança com o PSDB, mas que isso será dissolvido internamente. “É público que tem gente dentro do PMDB que luta pelo Richa (Beto PSDB prefeito de Curitiba) e até se coloca como candidato a vice dele. Dentro do partido é normal termos diferentes posições, mas após votação e discussão conjunta, a minoria tem que seguir a decisão da maioria”, disse o deputado.

“Nessa hora de procurar um chão comum, não é hora de ficar colocando defeito. Estou muito a vontade para discutir com o PT o papel do estado. Temos mais confluências que rejeição. O PT verdadeiro e o PMDB verdadeiro têm muita identidade, tanto que estamos governando o Paraná juntos”, concluiu.