PMDB do Paraná com Quércia contra Temer

O governador eleito, Roberto Requião (PMDB), reuniu-se ontem em São Paulo com o coordenador da equipe de transição e vice-governador eleito, Orlando Pessuti; o articulador político da transição, deputado estadual Caíto Quintana; e o líder do partido na Assembléia Legislativa, deputado Nereu Moura.

Oficialmente, o grupo se deslocou até a capital paulista para se juntar a Requião, que passou o final de semana em Brasília, para participar de uma conversa com o diretório do PMDB paulista sobre os destinos do comando nacional do partido.

Quintana disse que existe uma ameaça de intervenção da executiva nacional, presidida pelo deputado federal paulista Michel Temer, no diretório de São Paulo, controlado pelo ex-governador Orestes Quércia. A alegação é que Quércia, que apoiou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva desde o primeiro turno das eleições, usou todo o horário eleitoral gratuito do partido em São Paulo em benefício da sua própria candidatura. Os aliados de Quércia argumentam que se trata de um pretexto para enfraquecer o comando do partido em São Paulo.

Segundo o coordenador político da equipe de transição de Requião, os dirigentes nacionais do PMDB pretendem desarticular a ala que está defendendo a convocação de uma convenção nacional para decidir se o grupo de Temer deve continuar comandando o partido após a derrota do senador José Serra (PSDB) nas eleições presidenciais. O apoio ao tucano foi articulado pela atual direção do partido, acusada de governista por setores do PMDB, que eram favoráveis a uma candidatura própria à sucessão presidencial.

Essa mesma corrente defende agora o afastamento do atual grupo que comanda o partido e propõe o apoio incondicional do PMDB a Lula. “O PMDB do Paraná, que já esteve sob a pressão da direção nacional, está agora ao lado de São Paulo na resistência a esta tentativa da direção nacional de sufocar o grupo que defende a convenção. Nossa presença em São Paulo foi uma manifestação da nossa solidariedade”, afirmou Quintana.

Transição

O deputado negou que o encontro em São Paulo com Requião também tivesse como objetivo a discussão sobre o secretariado. O governador eleito tem reclamado, nas últimas semanas, da dificuldade que tem encontrado em discutir a composição da equipe em Curitiba, onde alega que recebe muitas pressões por nomeações e indicações para o preenchimento de cargos no futuro governo.

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