Ser ou não ser?

PMDB começa a decidir se é governista ou oposição ao governo Beto

Depois de um período de liberdade total para apoiar ou não o governo, a bancada do PMDB irá se reunir amanhã, quarta-feira, para tentar estabelecer uma posição única dos seus treze deputados. Maior bancada em plenário, o PMDB começou o ano com maioria folgada a favor da entrada dos deputados na base de apoio ao governo, mas 116 dias depois do início do governo tucano, o placar pró-Beto já é menor.

A incorporação de parte dos peemedebistas interessados em aderir ao governo encontrou a resistência de vários deputados tucanos. Liderados pelo líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), os tucanos conseguiram impedir que os peemedebistas indicassem cargos no governo e entrassem nas suas bases eleitorais.

Expectativas frustradas, os peemedebistas estão revendo posições. “Nós vamos discutir que tipo de relação queremos ter com o governo. Até agora, não houve uma razão específica para ser governo ou oposição. Não se votou nada até agora que exigisse essa posição. Mas daqui para a frente é preciso que o partido tenha uma posição”, afirmou Quintana.

O deputado Nereu Moura,que chegou a conversar com o governador Beto Richa sobre sua participação na base de apoio, disse que é chegada a hora de o PMDB decidir de que lado ficar. Para Moura, não há espaço para o partido no governo. “Não podemos ser um navio em alto mar sem porto para atracar. Todos cobram uma posição. Acho que devemos ser oposição”, afirmou Moura.

Ele disse que não mudou sua avaliação sobre o governo tucano. “Nós todos concordamos em dar um tempo até que as posições se assentassem”, justificou.

Além de Moura e Quintana, estão propensos a ser oposição os deputados Waldyr Pugliesi, presidente estadual do PMDB, Artagão de Mattos Leão Junior, Ademir Bier, Antonio Anibeli Neto, Teruo Kato e Gilberto Martins. Perfeitamente à vontade com o governo estão Alexandre Curi, Reinhold Stephanes Junior, Cleiton Quielse, Jonas Guimarães, Luiz Eduardo Cheida.

Para Quintana, se o PMDB decidir se aliar ao PT na bancada de oposição, a linha deve ser seguida por todos. Menos no governo, onde o peemedebista Luiz Claudio Romanelli é secretário do Trabalho, com a permissão de todos os deputados do partido.