Planalto quer que Renan retribua ajuda com licença

Antes mesmo de a sessão do Senado começar, um dos líderes do governo confidenciou ao jornal O Estado de S. Paulo que a estratégia do Planalto no julgamento contra o presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL), era dar ?uma demonstração incontestável de que estava ao lado dele?. Com isso, poderia cobrar dele que ?fizesse a sua parte?: pedisse licença, deixando o Senado sob o comando do primeiro vice-presidente, Tião Viana (PT-AC), que presidiu o julgamento.

Na contabilidade do Planalto, esse seria o objetivo das sucessivas manifestações públicas de apoio dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como da solidariedade dos petistas e aliados, expressa no painel eletrônico de votação do plenário do Senado.

A avaliação é de que, com a licença, seria possível baixar a temperatura da crise e ao menos adiar a abertura do processo sucessório para o comando do Senado, que certamente vai tumultuar ainda mais o ambiente político.

O regimento não prevê a licença apenas do cargo de presidente do Senado, só a do mandato parlamentar, por até 120 dias. Mas, em julho de 2001, em meio à guerra travada com o senador Antonio Carlos Magalhães, o agora deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) licenciou-se apenas do cargo de presidente do Senado, criando um precedente que pode se repetir agora.

Diante disso, setores do Planalto e do próprio PMDB começaram a trabalhar para que Renan se licencie. Neste caso, quem estará no comando da sessão que vai votar a emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) será o PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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