A Polícia Federal deve concluir na próxima semana o inquérito sobre o ataque ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). O relatório final do caso deve apontar que Adélio Bispo atuou sozinho ao atacar Bolsonaro durante uma agenda de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG).
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, por causa do réu preso, esse primeiro inquérito tem um prazo menor para ser encerrado. A PF continuará a investigação em um novo inquérito a ser instaurado que vai analisar novamente todas as informações coletadas e fazer uma devassa nos dois últimos anos da vida de Bispo.
Após ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos financeiro, telefônico e telemático de Adélio Bispo, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe não encontraram nenhum indício de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou grupo.
Bispo, atualmente preso na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande (MS), será enquadrado no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional que fala sobre a “prática de atentado pessoal” por “inconformismo político”.
A conclusão da investigação deve descartar algumas versões levantadas após o ataque. Uma delas, como mostrou o Estado, é sobre a mulher – identificada na internet como Aryanne Campos – que teria passado a faca ao agressor. Após ouvir três mulheres com esse nome, mapear as imagens do momento do ataque e quebrar sigilos, a PF descartou a possibilidade.
Ao analisar a movimentação financeira de Bispo, a PF também não encontrou nenhuma movimentação suspeita. Um depósito em espécie que seria anormal para o agressor, descobriu-se, era referente a um acerto trabalhista. O cartão de crédito internacional, encontrado na pensão onde ele se hospedou, nunca havia sido utilizado.
Nos computadores e equipamentos eletrônicos apreendidos com Bispo, até o momento, a PF também não encontrou conversas ou tratativas que apontem para um crime de mando ou existência de mais pessoas no planejamento do ato criminoso.
Entretanto, todos os equipamentos encontrados com ele, HDs dos computadores da lan house que ele frequentou em Juiz de Fora (MG), imagens de câmeras da cidade e o sigilo financeiro continuarão a ser investigados em novo inquérito a ser aberto. O objetivo da PF nesse novo inquérito é realizar uma devassa nos últimos dois anos da vida de Bispo para esgotar todas as frentes de investigação.