Oito pessoas foram presas hoje durante a Operação Convite Certo, da Polícia Federal (PF), com o objetivo de reprimir uma organização criminosa, com inserção em diversas prefeituras do interior de Minas Gerais, focada em fraude em licitações para contratação de assessoria jurídica.

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Entre os presos estão advogados, procuradores de municípios, agentes públicos e assessores parlamentares. Segundo a PF, os oito mandados de prisão e dezenove mandados de busca e apreensão e duas conduções coercitivas foram cumpridos em Alfenas, Boa Esperança, Campanha, Campos Gerais, Coqueiral, Carmo do Paranaíba, Dores do Indaiá, Nepomuceno e Três Pontas. Foram apreendidos dinheiro e grande quantidade de documentos.

O esquema criminoso, de acordo com a PF, contratava escritórios de advocacia para a prestação de consultoria jurídica às prefeituras, através de licitações fraudadas, cujas modalidades principais e mais utilizadas eram a “Carta Convite” e o “Pregão Presencial”.

Durante as investigações, ficou claro que o grupo criminoso utilizava inúmeros agentes públicos para montar a fraude nos procedimentos licitatórios, simultaneamente à inserção ilícita na máquina pública municipal, de modo a direcionar o certame para a contratação de escritórios de advocacia vinculados aos interesses da organização criminosa.

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Conforme a prefeitura cooptada, surgia a figura do “parceiro”, que é aquele agente público, servidor municipal ou não, que exercia uma função diferenciada em benefício da organização criminosa, seja manipulando a licitação, seja influenciando, para o acertamento da empresa “vencedora”; seja, ao final, se beneficiando com a distribuição de parte dos pagamentos mensais que eram efetivados pela administração do escritório contratado.

A Polícia Federal enviará agora ao Ministério Público elementos suficientes para instruir uma ação penal, bem como, para arguir a nulidade dos contratos administrativos, firmados com essas prefeituras, mediante ação civil pública.

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