GRAVAÇÃO

PF envia 84 perguntas a Temer sobre áudio de conversa com Joesley Batista

Foto: Guilherme Britto / PR

A Polícia Federal encaminhou 84 perguntas para o presidente Michel Temer responder acerca do áudio de uma conversa gravada entre ele e o empresário Joesley Batista, sócio do grupo J&F, que controla a JBS. As questões fazem parte do inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente, que é investigado pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça com base na delação premiada de executivos da JBS.

Em tese, Temer tem 24 horas para prestar os esclarecimentos por escrito à PF, conforme decisão da Justiça, mas o próprio ministro do STF Edson Fachin disse que Temer não é obrigado a responder as perguntas e tem o direito de permanecer em silêncio.

O horário de devolução das perguntas será perto do início da retomada do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os ministros vão decidir a partir desta terça (6), às 19 horas, se vão cassar a chapa presidencial de 2014, formada por Dilma Rousseff-Michel Temer, o que pode levar ao afastamento do presidente.

De acordo com investigadores, a maioria das perguntas são referentes ao áudio gravado secretamente pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, em 7 de março.

Temer é investigado por suspeita de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça.

Em seu inquérito também está o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso no último sábado por determinação do ministro Edson Fachin.

Constrangimento

A defesa de Temer acredita que o envio das perguntas um dia antes do início do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem o objetivo de “constranger” e “influenciar” a corte a condenar o presidente.

À Folha o advogado de Temer no TSE, Gustavo Guedes, disse no domingo (4) que era “legítimo” que a mesma agilidade em pedir que o presidente fosse ouvido fosse aplicada no envio das perguntas. “Querem enviar na segunda, para dar as 24 h na terça, às 19h, quando começa o julgamento?”, questionou o advogado.