O PT de Curitiba está mobilizando sua militância para votar hoje no encontro que irá escolher os delegados que decidirão sobre as alianças partidárias para a sucessão municipal deste ano. As coligações serão definidas em novo encontro, no dia 23 de maio. Neste domingo, 4 mil e 170 filiados estão aptos a votar em uma das quatro chapas que se inscreveram nas oito zonais do partido. Em algumas zonais, apenas três chapas estão concorrendo.
O presidente municipal do partido, Roberto Salomão, disse que a expectativa de comparecimento é de mais de 50% dos filiados, o que garantirá o quórum do encontro que deve ser de no mínimo 15% do colégio eleitoral. Ao todo, 317 delegados terão direito a voto na convenção que define a chapa de candidatos a vereador, mas cuja decisão principal é sobre a coligação com o PTB, já que a aliança com o PMDB tem aceitação quase total e as demais siglas que estão conversando com o PT, como o PCdoB, são aliadas históricas do partido.
A coligação com o PTB é defendida pela ala majoritária do partido, integrada pelo candidato a prefeito, deputado estadual Ângelo Vanhoni. No encontro marcado para o final do mês, o grupo pretende apresentar uma proposta geral de alianças, sem especificar este ou aquele partido.
“Nós pretendemos colocar em votação a aprovação de uma política de alianças ampla, aberta a todos aqueles partidos que não estejam ou se descolem do esquema da prefeitura e que estejam na base de alianças de sustentação ao PT no governo federal”, disse Salomão, referindo-se aos partidos que dão sustentação ao prefeito Cassio Taniguchi (PFL).
A aliança com o PTB é contestada diretamente por uma das chapas, lideradas pelos deputados Florisvaldo “Rosinha” Fier, Tadeu Veneri e pelos vereadores Adenival Gomes e Paulinho Lamarca. Eles integram a chapa “Vencer com os trabalhadores – Não ao PTB e partidos conservadores – Vanhoni prefeito”. O argumento do grupo é que o PTB sempre esteve no campo adversário ao PT e não demonstra afinidade ideológica ou de práticas administrativas.
A corrente de Vanhoni se juntou na chapa “Curitiba vai ser pra você”, que defende a política ampla de alianças. O PTB havia interrompido as negociações por causa do bombardeio que sofreu da ala mais à esquerda e lançou um pré-candidato, o deputado federal Iris Simões. No entanto, reatou as conversas com a direção petista no final da semana passada, durante o encontro que selou o acordo com o PMDB, realizado no dia 24. “A discussão está reaberta numa outra base. O PTB mantém seu nome e ao mesmo tempo está aberto para a negociação”, explicou Salomão.
Na terceira chapa “Unir para governar – Estrela de todos”, está o bloco formado pelos vereadores Nilton Brandão, André Passos, Roseli Isidoro e o secretário estadual do Trabalho, padre Roque Zimmermann. O grupo não tem posição pública definida sobre as alianças. Uma quarta chapa – “Resgatar as origens” – é a única que combate a aliança com o PMDB, além do PTB. A chapa está concorrendo apenas em quatro zonais, e é formada pela corrente “O Trabalho”, minoritária na sigla.