Petista nega vontade de ‘dar cotovelada’ em Barbosa

Um dia depois de ter sido flagrado dizendo por mensagem de celular que gostaria de “dar uma cotovelada” no presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR) disse que o julgamento do mensalão foi “político” e que a execução das penas “foi seletiva”, mas negou ter “tido vontade” de acotovelar o juiz.

“Não tenho vontade de dar cotovelada. Algum jornalista criativo inventou esta história num momento de excesso de exposição”, disse Vargas nesta terça-feira, 04, pouco depois de participar da cerimônia de transmissão do cargo de ministro da Casa Civil a Aloizio Mercadante.

Na troca de mensagens, flagrada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo quando Vargas estava sentado ao lado de Joaquim Barbosa, na cerimônia de reabertura dos trabalhos do Legislativo, um interlocutor do petista pergunta: “Ele puxou conversa com você?”. Vargas então responde: “Não”. A pessoa lhe envia nova mensagem: “E aí? Não vai quebrar o gelo não? nem um olá? Pergunta pra ele se vai assinar a prisão do j. paulo?”, numa alusão ao ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que aguarda o Supremo decretar sua prisão. Vargas então contesta: “Da uma ‘cutovelada’ (sic)”. Procurado pela reportagem ainda ontem, o deputado petista afirmou: “não tenho nada a comentar, mas essa mensagem existe”.

Sobre as penas no mensalão, ele reclamou que os petistas condenados estão sendo tratados de forma mais severa do que outros réus, como Roberto Jefferson, ex-presidente do PTB e delator do esquema, que aguarda avaliação médica em sua casa, no Rio, antes de ter definida a sua prisão. “O Jefferson, réu confesso, tá aí, sendo tratado com toda a deferência”, criticou