Petista diz que adversário faz “cortina de fumaça” com uso de religião

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse hoje que seu adversário José Serra (PSDB) está usando o debate sobre o “kit gay” -material anti-homofobia elaborado para o Ministério da Educação durante a gestão do petista- para criar uma “cortina de fumaça” e não debater os problemas da gestão do tucano e de seu aliado Gilberto Kassab (PSD).

O ex-ministro foi alvo de críticas em vídeos divulgados nesta semana pelo pastor evangélico Silas Malafaia, aliado de Serra.

Haddad disse que o tucano está por trás dos ataques. “As pessoas querem discutir propostas para a cidade. Não vão cair numa cortina de fumaça para esquecer o que tem sido a gestão Serra-Kassab na cidade”, afirmou.

O petista disse ainda que Serra tem um “exército na rede social que promove o ódio” e que ele usou a mesma estratégia contra a então candidata Dilma Rousseff na campanha de 2010 durante a polêmica sobre o aborto.

Em ofensiva para minimizar o impacto das críticas dos religiosos, Haddad esteve nesta manhã, dia de Nossa Senhora Aparecida, em uma missa em Itaquera. Ele estava acompanhado do candidato derrotado Gabriel Chalita, que declarou apoio a sua campanha. O peemedebista já foi coroinha e seminarista.

Haddad, que é cristão ortodoxo, disse que foi ao local a convite de Chalita. O petista, que vem criticando a mistura de política com religião na campanha, disse que não vê contradição em sua ida à missa porque já esteve também em celebrações de outras religiões. “Acho importante para a cidade a sinalização de que o poder público vai respeitar a fé do povo qualquer que seja ela.”

Durante a missa, ele rezou e comungou, mas não cantou as músicas da cerimônia. O padre Rosalvino Morán Viñayo não citou o nome do candidato durante a missa, mas pediu que “a pessoa que está buscando a vitória” seja abençoada.

Ao final da missa, Chalita disse que usar o “kit gay” contra Haddad é “empobrecer a campanha” porque não foi ele que fez as cartilhas e elas não haviam sido distribuídas. Por decisão da presidente Dilma Rousseff, o material não foi levado a alunos.

O padre Viñayo também afirmou que a confecção do material não era responsabilidade de Haddad e acrescentou que “não é hora ainda de esse documento circular”.