Já começaram as sondagens para a indicação do vice-governador Orlando Pessuti à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas, na vaga aberta com a morte do conselheiro Quielse Crisóstomo. Disposto a concorrer à reeleição na chapa do governador Roberto Requião, ou disputar a indicação ao Senado, o vice-governador e secretário da Agricultura é o nome que o Palácio Iguaçu está articulando para o TC.
Para ser nomeado, o vice-governador tem que obter o apoio da maioria da Assembléia Legislativa que, conforme a Constituição Estadual, tem a prerrogativa desta indicação. Mas, na Assembléia Legislativa, outros candidatos estão sendo cogitados. Um deles é o deputado Antonio Anibelli, o mais antigo dos deputados em plenário, que pode trocar uma candidatura à reeleição pela cobiçada vaga de conselheiro, um cargo que, além de bem remunerado, é vitalício. Outro deputado cotado é o pefelista Durval Amaral.
Amaral afirmou que não pensou no assunto ainda, mas que à medida em que o cargo é de indicação do Legislativo, qualquer um dos 54 deputados pode postular a vaga. "Independente de quem seja, é importante que o futuro indicado assuma um compromisso de não usar politicamente o cargo", afirmou Amaral.
Perfil
No caso de Pessuti, sua indicação pode ser assumida pela Assembléia Legislativa sem maiores transtornos. Ele tem um estilo conciliatório e já foi presidente da Casa, onde tem amigos não apenas na bancada governista, como também no bloco de oposição.
Para o governo, a ida de Pessuti para o Tribunal de Contas pode ser uma solução sob medida para as composições eleitorais do PMDB. Requião ficaria com duas posições livres – a de vice-governador e a vaga ao Senado – para oferecer na hora de conversar sobre alianças com outros partidos.
Conforme amigos do vice-governador, a idéia de assumir o cargo de conselheiro é bem recebida. O presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, afirmou que o vice-governador é uma espécie de carta na manga do PMDB e do governo. "Por enquanto, ele é o nosso candidato a vice-governador. Mas é claro que havendo necessidade de composição para a vaga ao Senado ou a vice, ele poderá ser um grande conselheiro. O bom do Pessuti é que ele é o tipo do companheiro compreensivo e valoroso que está sempre pronto a ajudar o partido", comentou o dirigente peemedebista.
O presidente da Assembléia Legislativa, que irá abrir as inscrições para o cargo a partir da próxima quinta-feira, dia 16, disse que se a candidatura de Pessuti for apresentada, acredita que não será vista como um nome de fora do Legislativo. "O Pessuti está muito ligado à Assembléia. Uma indicação como esta poderia ser um prêmio para os seus 24 anos de atuação política, a maioria deles como deputado estadual", afirmou.
Esforço perdido
Não será a primeira vez que o governador Roberto Requião estuda deslocar um auxiliar para o Tribunal de Contas. No ano passado, Requião havia concordado em convidar o conselheiro do TC, Rafael Iatauro, para assumir a Casa Civil, no lugar de Caíto Quintana. Iatauro, que completa setenta anos em julho, iria antecipar sua saída do Tribunal, possibilitando a indicação de Quintana que, entretanto, mudou de idéia na última hora.
Iatauro poderá sair em março, se decidir concorrer a deputado federal, abrindo uma segunda vaga no Tribunal de Contas. Nesse caso, a indicação caberia ao governo, mas não seria de livre escolha. A indicação teria que ser feita entre o quadro de auditores do TC, segundo alguns setores do Tribunal.